Pais amargam prejuízo com suspensão de aula no 2 de Julho

Com calendário escolar comprometido e um prejuízo avaliado em quase R$ 10 mil, o pai de um aluno que cursava o primeiro ano do ensino médio no colégio da Fundação 2 de Julho no Garcia, procurou a reportagem do Bocão News e relatou um caso que ele caracterizou como uma falta de respeito.  

“Eu já tinha percebido as falhas na instituição desde o ano passado, quando meu filho relatava a falta de aula e troca de professores. Mas, quando procurei a direção da escola para obter esclarecimentos, uma professora explicou que as coisas tinham mudado e este ano seria diferente. Dei um voto de confiança”, disse Sergio Luiz Vieira.




Entretanto, na semana passada, os pais de alunos da fundação foram surpreendidos por um comunicado. “As aulas da turma do ensino médio foram suspensas. O fato foi anunciado durante uma reunião com os pais. Para minimizar o problema, a instituição fez contato com outras escolas e indicou os alunos para a transferência”, explicou um funcionário da Fundação 2 de Julho para à reportagem do site, que pediu para não ser identificado.  

Em contato, por telefone, com a direção do colégio, uma funcionária explicou que quem poderia dar um parecer sobre os acontecimentos não estava disponível. E orientou que o Bocão News tentasse esclarecimento com a assessoria de comunicação. Que não atendeu às ligações.

Enquanto isso, os pais de alunos amargam o prejuízo e “não serão restituídos”. Sergio Luiz relatou que quando procurou a escola para saber sobre o investimento que se comprometeu, e foi pago este ano, a direção teria respondido que não tem condições de devolver o valor.

O advogado Ruy João Ribeiro Filho, explica a consequência na quebra de contrato. “A escola encerrou a turma durante o ano letivo, de forma unilateral, sem que os alunos regularmente matriculados tivessem qualquer culpa. Os pais tiveram custos elevados para matricular os filhos, pagar mensalidades e despesas as mais diversas”.

Ele lembra ainda que “além dos danos materiais, há inestimável perda de tempo e atraso na educação dos menores, sujeitando os alunos e seus pais aos mais variados tipos de dissabores, circunstância que enseja a reparação por dano moral. Nesta hipótese, incide artigos 186 e 927, ambos do Código Civil, que determinam o ressarcimento pelos danos causados, seja de ordem material, seja moral. Os artigos citados tem a seguinte redação: “Art.186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito, ou causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”. Art. 927. Aquele que por ato ilícito (arts. 186 e 187) causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”, esclareceu o advogado.  

“Se fosse apenas o valor em dinheiro que investi para o meu filho, o problema não seria tão grave. Mas, é importante ressaltar que ele se prepara para o vestibular. Com a falta de aula no meio do ano, ele foi lesado intelectualmente. O que pode prejudicá-lo em situações futuras. Já que este é o momento em que o estudante aprende a base do conhecimento para uma vida”, lamentou.

Vale lembrar que esta não é a primeira vez que a Fundação 2 de Julho se envolve em polêmicas notícias que mencionam a comprometida situação financeira da instituição.

Em última matéria publicada neste site, alunos do curso de jornalismo relatam que as turmas, no total, têm 100 pessoas e a situação tem ficado “impraticável”. O Bocão News tentou contato com o diretor da Fundação, mas ele não foi localizado.

Em outra matéria, que cita o colégio, uma paralisação dos professores, por falta de pagamento, cerca de 200 alunos do ensino médio e fundamental ficaram sem aulas.

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