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Funai: servidores anunciam greve e cobram saída de presidente do órgão

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Associação de funcionários da Funai pede responsabilização de culpados pelos assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips  |   Bnews - Divulgação Reprodução/TV Globo

Publicado em 19/06/2022, às 08h46   Redação Bnews


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No intuito de chamar a atenção quanto aos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, além de exigir a identificação e responsabilização de todos os culpados, servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai) anunciaram que entrarão em greve, na próxima quinta-feira (23), em todas as unidades dos estados e no Distrito Federal.

Na oportunidade, conforme o jornal Folha de S.Paulo, a associação de servidores da fundação INA (Indigenistas Associados) também vai demandar a a saída imediata do presidente do órgão, Marcelo Augusto Xavier da Silva.

Para a entidade, em nota divulgada nas redes sociais, Xavier "vem promovendo uma gestão anti-indígena e anti-indigenista na instituição".

"Por uma Funai indigenista e para os povos indígenas! Pela proteção das/os indigenistas, dos Povos Indígenas e de suas lideranças, organizações e territórios! Convidamos as/os parceiras/os indígenas, indigenistas e da sociedade em geral para o Ato Nacional de Greve da Funai!", diz o comunicado.

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Na última segunda-feira (13), a INA o divulgou um dossiê no qual acusa a Fundação de implementar uma política anti-indigenista, marcada pela não demarcação de territórios, sob o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Também afirmou que a fundação promove perseguição a servidores e lideranças indígenas, somada a uma militarização de cargos estratégicos e a esvaziamento de quadros da entidade.

Além disso, apontou esvaziamento orçamentário, assédio institucional, alinhamento com a agenda ruralista e omissões na esfera judicial.

Procurada por meio de sua assessoria de imprensa, a Funai ainda não se manifestou sobre o ato dos servidores.

Esvaziamento

Em publicação também neste sábado (18), a Folha apontou que a Funai chegou, neste ano, ao seu menor quadro de funcionários permanentes desde 2008, ao mesmo temo em que vê pedidos para abertura de concursos públicos negados.

Documentos mostram que apenas 4 em cada 10 cargos do órgão estão atualmente ocupados. De um total de 3.700 postos, cerca de 1.400 têm servidores permanentes em atividade, enquanto o restante encontra-se vago - soma-se a isso um contingente de 600 trabalhadores temporários, contratados após uma ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).

Servidores da Fundação ouvidos, sob condição de anonimato, afirmam que a falta de recursos é hoje um dos maiores obstáculos para a atuação do órgão, o que inclusive dificultou as operações de busca de Bruno Pereira e Dom Phillips.

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