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Halloween: Confira mitos e verdades sobre o Dia das Bruxas

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Festa de Dia das Bruxas é comemorada no dia 31 de outubro  |   Bnews - Divulgação Ilustrativa / Pixabay
Natane Ramos

por Natane Ramos

Publicado em 31/10/2023, às 05h40


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Com a chegada do mês de outubro muitas pessoas se preparam para a famosa temporada de Halloween. Seja com comidas, filmes temáticos ou fantasias, a celebração desse costume se espalhou pelo mundo e apresenta um valor simbólico para diversas pessoas. A popularização da comemoração criou mitos sobre a festividade, entretanto, o que é o Dia das Bruxas?


Em entrevista ao Bnews, a professora Cinthyan Reis, de Minas Gerais, que faz parte da cultura pagã, explicou alguns dos mitos e verdades sobre essa festividade, e sua importância para para o paganismo.


Origem 

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Muitas pessoas não sabem, mas a origem do Dia das Bruxas é datada há mais de 2 mil anos atrás, tendo ligação direta com os povos celtas da Europa, que comemoravam o Ano Novo, chamado de Samhain, no que hoje compreendemos como 1° de novembro.


O que hoje conhecemos como Halloween era, na verdade, a vespera do Samhain, onde as pessoas acreditavam que os espíritos caminhavam pela Terra em uma verdadeira jornada pós-vida. 


Com a chegada da fé cristã, o Samhain começou a sofrer adaptações e ser ressignificado, incorporando feriados pagãos. O 1° de novembro passou a ser o Dia de Todos os Santos, após o decreto do Papa Bonifácio IV, no século 17.


"A resignificação acabou repercutindo no preconceito. Por exemplo, o Halloween acabou virando algo comercial, de venda de doces, mas é quando começa o Ano Novo Celta. Mas isso não foi ressignificado pelo paganismo, e sim pelo cristianismo, que sabia que não tinha como bater de frente e proibir. Mas eles tentaram, como é o caso da Inquisição. Entretanto, eles viram que não iria funcionar, pois ainda existiam celebrações de Samhain na casa das pessoas”, explicou Cinthyan.


Fantasias, cores e comidas

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De acordo com Centro de Folclore dos Estados Unidos da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, as festividades do Samhain envolviam sacrifícios de animais aos deuses, reuniões ao lado de fogueiras e a utilização de pinturas e fantasias como forma de confundir os espíritos.


Ao usarem pinturas faciais e máscaras, os povos celtas acreditavam que estavam se tornando e atuando como seus ancestrais já mortos.


As cores associadas a festividade são o laranja e o preto, e elas, nada mais são, do que a representatividade dos tons presentes durante o outono, onde iniciava as comemorações do Samhain. 


Logo o doçuras ou travessuras, veio como uma forma de reproduzir um costume da época, em que os celtas realizavam uma brincadeira em que trocavam alimentos. O que já era comum nas oferendas aos deuses e aos espíritos, onde o povo deixava comidas e bebidas.


Halloween nos Estados Unidos

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O que hoje conhecemos como Halloween, chegou aos Estados Unidos por meio de imigrantes europeus, em 1800, ganhando força com as comunidades irlandês-americana, trazendo as tradições dos povos celtas e as adaptando.


“Quase todas as datas importantes no calendário cristão, vem de uma festa pagã. A pascoa, o natal, são festas pagãs. A igreja católica ressignificou as comemorações e os símbolos, para fazer com que as festas não fossem mais pagãs. Mas continua sendo um símbolo que vem antes deles”, declarou a professora.

Mitos sobre o Halloween


A imagem da comemoração é muito associada a cultos satânicos bizarros, entretanto, essa é uma das lendas que rondam a celebração devido ao preconceito pela pluralidade de fé e tradições presentes no paganismo.


Cinthyan Reis explicou como os preconceitos modificam a simbologia de imagens presentes na cultura pagã. “A resignificação de símbolos, nomes, festas e etc, por parte da igreja católica durante a era medieval começou isso, que é perpetuado até hoje”, iniciou.


“O símbolo, por exemplo, da imagem do diabo como um homem com chifres e corpo de bode surgiu na Inquisição… essa imagem era do Deus masculino, que no paganismo chamamos de Cornífero. Tem o símbolo do pentagrama hoje tbm é dito como algo do demônio, quando ela apenas representa os cinco elementos (água,ar,terro,fogo e espirito) ou a deusa Morrigan”, explicou a pagã.


A professora destaca a importância de não perpetuar os preconceitos referentes a comemoração e a necessidade de realizar esse resgate ancestral. “O cristianismo quase destruiu a cultura pagã, mas sobrevivemos e agora muitos tentam estudar e recuperar o que foi perdido e é isso que importa no final. No paganismo a liberdade é intrínseca no seu eu! Se encontrar pra encontrar seu lado divino e sagrado. E obviamente acho lindo o sagrado feminino. Vivendo em um mundo completamente patriarcal, o paganismo entrega o oposto”, relatou Cinthyan.

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