Prefeitura e Setps se reúnem para discutir aumento da tarifa de ônibus

Aumento salarial dos rodoviários gerará impacto de R$ 4 milhões nas contas da entidade | Gilberto Júnior

Publicado em 29/05/2012, às 09h33 Guilherme Vasconcelos e Redação Bocão News

A Prefeitura Municipal de Salvador se reunirá às 9h desta terça-feira (29), na sede da Secretaria Municipal dos Transportes e Infraestrutura (Setin), com representantes do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Salvador (Setps) e técnicos da Polícia Militar para discutir o aumento da tarifa de transporte público. O encontro foi marcado a pedido do Setps, que encaminhou à prefeitura um pedido de "realinhamento tarifário" em caráter emergencial.

A entidade patronal alega que o reajuste salarial de 7,5% concedido aos rodoviários em julgamento do dissídio coletivo realizado na última sexta-feira (25) gerará um impacto de R$ 4 milhões, valor que só poderá ser coberto com o aumento das passagens.

Em nota divulgada na tarde desta segunda-feira (28), a prefeitura assinala que “a avaliação terá como referência exclusivamente parâmetros técnicos que demonstrem a efetiva necessidade ou não da concessão do reajuste, como forma de assegurar o funcionamento do sistema de transportes públicos de Salvador, atendendo assim aos interesses maiores da população soteropolitana”.

De acordo com o Setps, somados aos 8% de reajuste da campanha salarial de 2011, os atuais 7,5% concedidos pela Justiça representam quase 16% de reajuste salarial em um ano, sem a contrapartida de realinhamento tarifário no mesmo período. Antes da decisão judicial, a mão de obra pesava 46% nos gastos com pessoal. Com o aumento,o percentual subiu para 49,7%, segundo cálculos de técnicos do Setps.

A Justiça determinou também aumento de 4,86% no valor do tíquete refeição e o retorno do pagamento do qüinqüênio (acréscimo de 5% do salário base aos trabalhadores com cinco anos de serviços prestados na mesma empresa).

Somente com o pagamento deste benefício, que engloba cerca de 70% dos 18 mil trabalhadores da categoria, as empresas calculam um desembolso de pelo menos R$ 700 mil. Ainda segundo o Setps, com as determinações da Justiça do Trabalho, o custo por passageiro, que era de R$ 2,96, subiu para R$3,15.

Foto: Gilberto Júnior
Nota originalmente publicada dia 28, às 18h10

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