Denúncia

Moradores denunciam mau cheiro e cor escura em água consumida em Sítio do Mato

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Relatos apontam que adultos, crianças e idosos apresentam desconfortos como vômitos, diarreia e febre alta  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 13/12/2018, às 13h00   Vinícius Ribeiro


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Água escura com odor desagradável. Há tempos esta é a realidade que cai das torneiras das residências de Sítio do Mato, município localizado no Vale do São Francisco. O problema parece ter se incorporado ao cotidiano dos munícipes, apesar de, segundo os relatos, adultos, crianças e idosos apresentarem desconfortos como vômitos, diarreia e febre alta - que teriam sido provocados pelo consumo do bem natural.

Procurados pelo BNews, alguns moradores da cidade de 12 mil habitantes confirmaram o problema. "A situação está precária. Tem uma bomba que colocaram no meio da lagoa. A água é toda poluída e parada. Não tem tratamento e é essa água que o pessoal da cidade está consumindo", afirma o morador Jurandir Ferreira Costa, 36 anos. Segundo ele, a água é utilizada diariamente para consumo e higiene. “Quem tem condição de comprar um filtro, daqueles sofisticados, compra e ameniza, mas quem não tem bebe assim mesmo”, revela.

A comerciante Ailin Lopes, 47, conta que uma das alternativas é recorrer a garrafões de água mineral. "A água está péssima. Ficou ruim, depois tentaram melhorar, agora veio como se tivesse carniça na água. Aqui na cidade a gente está comprando água mineral. A situação é muito crítica", classifica.

A água consumida na cidade é oriunda da lagoa Boca da Barra. Na região também passam dois importantes rios: o Corrente e o São Francisco. O abastecimento da cidade é disponibilizado pela Prefeitura de Sítio do Mato, por meio do Serviço de Autônomo de Água e Esgoto (SAAE).  

A água consumida na cidade é oriunda da lagoa Boca da Barra. Na região também passam dois importantes rios: o Corrente e o São Francisco. O abastecimento da cidade é disponibilizado pela Prefeitura de Sítio do Mato, por meio do Serviço de Autônomo de Água e Esgoto (SAAE). 

O problema da água que chega às torneiras de Sítio do Mato entrou na pauta da Câmara de Vereadores local. No dia 7 de dezembro, a vereadora Gláucia Nunes (PT) encaminhou à Agência Nacional de Águas (ANA) um abaixo-assinado com aproximadamente 3 mil assinaturas denunciando o aumento na taxa de consumo e pedindo a retirada da bomba da lagoa. O documento ainda sugere que a captação passe a ser feita no Rio São Francisco. 

Também procurada, Gláucia Nunes apontou descaso do Executivo municipal. "Eles não estão se preocupando, nunca deram a mínima. Já pedi ao Ministério Público que solicitasse a análise de qualidade da água", diz, ressaltando que a ausência de promotor de Justiça na cidade retarda a ação. A Promotoria mais próxima fica em Bom Jesus da Lapa, a cerca de 70 quilômetros de Sítio do Mato. 

Os moradores da cidade também vêm denunciando o problema através das redes sociais. Vídeos feitos nas residências e na lagoa são compartilhados com frequência. Em uma das filmagens publicadas no Facebook, um munícipe mostra a área da lagoa e relata casos de animais mortos na localidade. Assista:


"Não é perseguição ao prefeito (Alfredo Magalhães Júnior - PDT), mas a gente quer que melhore a qualidade da água por causa da saúde das pessoas. Queremos uma água de qualidade", apela o presidente da Associação Evangélica Beneficente, Ramilton Santos Landin, também procurado pela reportagem. Ele afirma que muitos moradores apresentaram dor de barriga por causa do consumo da água.

Em busca de esclarecimentos, o BNews tenta, desde terça-feira (11), contato com a gestão municipal, mas as ligações não foram atendidas.  

Consultada pela reportagem, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou, por meio de nota, que "o sistema de informações de vigilância de qualidade da água para consumo humano - SISAGUA, obtém informações que são inseridas sob a responsabilidade de cada município no território da BAHIA, no entanto, até o momento, Sítio do Mato não registrou no sistema nada a respeito". 

*Atualizada às 8h37 de 14/12/18

Classificação Indicativa: Livre

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