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Justiça decreta quebra de sigilo bancário e fiscal de promotor de Camaçari acusado de extorsão

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A quebra de sigilo foi determinada em decisão do desembargador Jatahy Junior, após pedido feito pelo Ministério Público estadual (MP-BA). O processo corre em segredo de Justiça.   |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 25/07/2020, às 17h34   Redação BNews


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O Tribunal de Justiça da Bahia determinou a quebra de sigilo bancário e fiscal do promotor Everardo José Yunes Pinheiro, titular da 7ª Promotoria de Camaçari, e da advogada Fernanda Manhete Marques, esposa dele. 

A denúncia contra Yunes foi levada à Justiça pela empresária Adriana Almeida da Anunciação da Cunha, que acusa Yunes e Fernanda de teriam pedido dinheiro para que inquérito contra ela fosse encerrado. O caso veio à tona em novembro do ano passado, quando a empresária levou a acusação à Justiça. 

A quebra de sigilo foi determinada em decisão do desembargador Jatahy Junior, após pedido feito pelo Ministério Público estadual (MP-BA). O processo corre em segredo de Justiça. 

"Verificam-se, pois, os indícios de materialidade delitiva, a necessidade de apuração da origem, destinação e motivação do depósito efetuado na conta do Promotor de Justiça investigado, a título de eventuais honorários advocatícios destinados à sua esposa (Advogada também investigada), bem como a pertinência entre a licitude de tal pagamento e a justificativa apresentada pelo membro do Parquet (no que se refere a eventual bloqueio judicial na conta-corrente de F. M. M.), panorama que explicita a indispensabilidade da quebra de sigilo requerida", disse o magistrado, na decisão.

"Surpresa"

Procurado pela reportagem para comentar a decisão, o promotor Everardo Yunes disse que ficou surpreso quando soube da quebra de sigilo. Ele afirma que já havia se colocado à disposição da Justiça para oferecer acesso aos dados pessoais.

"Recebi a informação e fiquei muito surpreso por não ver necessidade, já que tinha disponibilizado o acesso a todos os dados. A gente sabe...tenho 21 anos de carreira, passei por diversas cidades. [...] Tenho mais de 70 ações contra empresários, políticos. Vira emexe sempre ocorre, eles juntam 2 ou 3 e tentam fazer vingança", disse.

O promotor aproveitou a oportunidade para, mais uma vez, negar as acusações e pedir máximo rigor nas investigações. "Faço questão da apuração ser a mais correta possível", completou.

O caso

Adriana Almeida Cunha e o marido administram uma imobiliária, com procedimentos que tramitavam no Ministério Público de Camaçari. Por isso, em 2015, a mulher teria contratado a esposa do promotor para que advogasse no caso em que eram suspeitos por grilagem de terra.

No entanto, Adriana alega que Fernanda teria cobrado R$ 30 mil e assegurado o arquivamento de todos os procedimentos, porque “seu marido era promotor criminal”. Ainda de acordo com a denúncia encaminhada ao corregedor do Conselho Nacional do Ministério Público, a esposa de Yunes teria “exigido” mais dinheiro e, caso não recebesse, o arquivamento não aconteceria.  

Posteriormente, Adriana foi presa em casa, quando recebeu um mandado de busca e apreensão. Para a empresária, o fato aconteceu devido ao não pagamento à advogada Fernanda Yunes, através do promotor e marido, Everardo Yunes. 

O próprio promotor Everardo Yunes afirmou à reportagem no ano passado que, em dezembro de 2016 ele recebeu 11 inquéritos civis da 5ª promotoria de Camaçari, com processos que investigavam Adriana Cunha e o marido por grilagem de terras. “Eu fiz a ação penal e pronto.  Cerca de quatro meses depois eu pedi a prisão preventiva e foi decretada pelo juiz de Camaçari”. 

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