Meio Ambiente

Pesquisadores indicam correlação entre óleo encontrado em praia de Salvador e petróleo de país árabe

Divulgação/ GOV-BA
Fragmentos também foram encontrados em outros praias da Bahia, mas não têm relação com o óleo achado na praia da Barra.  |   Bnews - Divulgação Divulgação/ GOV-BA
Lindaura Berlink

por Lindaura Berlink

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Publicado em 16/09/2023, às 17h45 - Atualizado às 18h57


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Pesquisadores do Centro de Excelência em Geoquímica do Petróleo, Energia e Meio ambiente do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia (Lepreto) analisaram uma amostra do óleo encontrado na praia da Barra, em Salvador, na última terça-feira (12), e chegaram à conclusão de que o óleo tem correlação com o petróleo produzido no país árabe Kuwait.

O laudo técnico foi divulgado na última sexta-feira (15) e indicou que, possivelmente, o descarte de água oleosa de tanques de algum navio petroleiro transitando no mar da Bahia, tenha sido a causa do aparecimento dos "tar balls" (bolas de óleo) na praia da Barra.A análise realizada constatou que este óleo não é o mesmo de 2019, proveniente da Venezuela, e do óleo de 2022, originário do golfo do México.

Fragmentos de óleo também foram achados em pelo menos seis praias de Salvador no último domingo (10). O material estava nas faixas de areia das praias de Amaralina, Pituaçu, Ondina, Paciência, Corsário e Jardim de Alah.

Com relação ao caso de domingo, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) já havia informado que as manchas ainda são resquícios do material que atingiu a costa brasileira e começaram a chegar na Bahia em outubro de 2019. Na ocasião, mais de 120 praias da região Nordeste foram atingidas e diversos animais foram afetados.

Oléo no litoral sul e baixo sul do estado

Fragmentos de óleo também foram encontrados nas praias do litoral de Ilhéus, cidade localizada no sul da Bahia, conforme informação divulgada nesta sexta-feira, pela prefeitura.

De acordo com a Secretaria de Saúde de Ilhéus , o material encontrado trata-se de contaminação ambiental por petróleo cru, sendo uma mistura constituída de agentes cancerígenos, nefrotóxicos, irritantes respiratórios e mutagênicos.

A prefeitura informou que a toxicidade varia de acordo com a sua composição e tempo de exposição. Além de Ilhéus, manchas de óleo apareceram na última quarta-feira (13), na praia de Guaibim, em Valença, no baixo sul da Bahia. Em vídeos feitos por banhistas, era possível ver diversos fragmentos, que pareciam pedras, na areia. No entanto, não há informações se esses fragmentos têm relação com o que foi achado em Ilhéus ou Salvador.

Após os fragmentos aparecerem em Valença, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Infraestrutura enviou uma equipe para fazer a limpeza da praia.
De acordo com o Centro de Excelência em Geoquímica do Petróleo, Energia e Meio ambiente do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia, amostras de óleo encontradas no litoral sul da Bahia também serão analisadas.

A Secretaria Municipal de Saúde publicou algumas recomendações para quem encontrar óleo nas praias da Bahia. Confira abaixo:

Evitar contato direto com a substância (petróleo cru), especialmente crianças e gestantes;
Seguir orientações dos órgãos de meio ambiente sobre atividades recreacionais e de pesca nas regiões afetadas;
Em caso de exposição ou aparecimento de sintomas, a pessoas deve buscar o atendimento médico em unidade de saúde mais próxima e/ou ligar para o CIATox-BA/CIAVE, através do 0800 284 4343 ou (71) 3103-4343.

Força-tarefa

O Governo da Bahia intensificou os esforços para identificar a origem da contaminação do óleo que voltou a aparecer nas praias de Salvador e de outras cidades baianas.

Uma equipe formada pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) realizaram um sobrevoo às praias dos municípios atingidos para avaliar a real dimensão das manchas de óleo, na última sexta-feira (15).

As praias que foram detectadas manchas de óleo são de cinco municípios do estado: Salvador, Cairu, Jaguaripe, Vera Cruz e Valença. Segundo o secretário da SEMA, Eduardo Mendonça, a ação também tem como objetivo mostrar a retomada da parceria entre o Governo Federal, o Governo Estadual e Governos Municipais na tentativa de acionar e minimizar os maiores danos possíveis.

Participam das ações, além da Sema e do Inema, a Marinha do Brasil, Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros Militar, Secretaria de Saúde, Prefeituras de Cairu, Valença, Jaguaripe, Salvador e Vera Cruz.

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