Meio Ambiente

"Queremos deixar a COP30 com a cara dos povos indígenas", diz liderança da Amazônia

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Foi lançada em Baku a Troika Indígena, aliança entre Brasil, Austrália e Ilhas do Pacífico para maior presença indígena nas COPs  |   Bnews - Divulgação BNews

Publicado em 21/11/2024, às 14h14 - Atualizado às 14h54   Por Andrea Vialli - De Baku, Azerbaijão



Povos indígenas do Brasil, da Austrália e das Ilhas do Pacífico lançaram, durante a COP29, em Baku, no Azerbaijão, a "Troika Indígena", uma aliança entre os povos indígenas dos três países com o objetivo de aumentar sua representatividade nos processos de organização e negociações climáticas das próximas COPs, as Conferências da ONU sobre Mudanças Climáticas.

Os alvos serão a COP30, que será realizada em Belém, no Pará, em 2025; e a COP31, que deverá ocorrer na Austrália, em 2026. "Queremos deixar a COP30 com a cara dos povos indígenas e dos movimentos sociais da Amazônia brasileira", diz Avanilson Karajá, coordenador e tesoureiro da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), em entrevista ao BNews. Ele faz parte do povo Karajá Xambioá, do Estado do Tocantins, e é engenheiro ambiental pela Universidade Federal do Tocantins (UFT).

Ministra Sônia Guajajara, durante lançamento da Troika Indígena, em Baku, Azerbaijão

De acordo com o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população indigena brasileira é de 1,6 milhão de pessoas, sendo que 51% residem na Amazônia. “Estamos nos articulando e trabalhando para levar o máximo possível de lideranças para a COP30, para que tenhamos influência sobre os espaços de decisão", diz o líder indígena.

Segundo ele, a presença de representantes dos povos indígenas nas conferências de clima, embora tenha sido reduzida em Baku, vem ganhando expressão nas últimas edições - a COP28, realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos em 2023, registrou a maior delegação indígena da história das COPs, com mais de 300 pessoas do mundo todo e 60 brasileiros. Em Belém, a meta é superar esses números. 

“Essa presença será fundamental para pressionar governantes nacionais e internacionais para que tomem decisões relevantes que favoreçam a demarcação dos territórios indígenas e a preservação das florestas", conclui Avanilson. 

A Troika Indígena, cujo lançamento contou com a presença da ministra dos Povos Indígenas do Brasil, Sônia Guajajara, e da presidente da Funai, Joenia Wapichana, também reivindica uma co-presidência indígena na COP30.

A COP29, Conferência da ONU sobre mudanças climáticas, segue até o dia 22 de Novembro em Baku, Azerbaijão, e conta com cobertura exclusiva do BNews.

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