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Milhares de muçulmanos protestam contra comentários de Macron

Reprodução/Twitter/ Cristian Estrosi
Manifestações ocorrem após agressor portando uma faca matar ao menos três pessoas, e deixar vários feridos, na última quinta (29) na cidade de Nice  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Twitter/ Cristian Estrosi

Publicado em 30/10/2020, às 15h39   Redação BNews


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Dezenas de milhares de muçulmanos protestaram no Paquistão, em Bangladesh e em territórios palestinos nesta sexta-feira (30) motivados por comentários feitos pelo governo de Emmanuel Macron após um agressor portando uma faca matar ao menos três pessoas e deixar vários feridos na última quinta (29) na cidade de Nice.

As informações são da agência de Reuters. Entre as três vítimas está a soteropolitana Simone Barreto Silva, de 44 anos. Segundo a publicação, o ministro do Interior francês, Gérald Damarnin, disse que seu país - que abriga a maior comunidade muçulmana da Europa e foi alvo de uma série de ataques militantes em anos recentes – está engajado em uma guerra contra a ideologia islâmica e que mais ataques são prováveis.

No Paquistão, a polícia usou gás lacrimogêneo contra milhares de manifestantes que marcharam contra a embaixada francesa em Islamabad. Alguns deles tentaram romper as barreiras policiais, disseram testemunhas. Em Bangladesh, país de maioria muçulmana, dezenas de milhares marcharam na capital Daca bradando slogans como “boicote produtos franceses” e portando cartazes nos quais Macron é rotulado como “o pior terrorista do mundo”.

“Macron está liderando a islamofobia”, disse um manifestante de Daca, Akramul Haq. “Ele não conhece o poder do Islã. O mundo muçulmano não deixará que isto seja em vão. Nós nos ergueremos e nos solidarizaremos contra ele”. Alguns manifestantes bengalis também queimaram efígies de Macron e carregaram imagens do presidente com uma grinalda de sapatos ao redor do pescoço --um insulto grave, de acordo com o Islã.

Em um distrito de maioria muçulmana de Mumbai, o polo financeiro da Índia, cerca de 100 pôsteres mostrando Macron com uma bota no rosto e o rotulando de “demônio” foram colados em calçadas e ruas.

Milhares de fiéis palestinos se reuniram após as orações desta sexta na mesquita de Al-Aqsa, o terceiro local mais sagrado do Islã, para repudiar a republicação de caricaturas de Maomé na França. “Uma nação cujo líder é Maomé não será derrotada”, bradavam manifestantes.

“Responsabilizamos o presidente francês por atos de caos e violência que estão ocorrendo na França por causa de seus comentários sobre o Islã e contra muçulmanos”, disse Ikrima Sabri, pregador que fez o sermão em Al Aqsa. Em Ramallah, na Cisjordânia, sob ocupação israelense, palestinos pisotearam uma grande bandeira francesa e queimaram outras.

Em Gaza, administrada pelo movimento palestino islâmico Hamas, centenas de palestinos participaram de manifestações contra a França. Na Somália, milhares compareceram para as orações de sexta-feira em mesquitas onde os sermões foram dominados por maldições e condenações de Macron e seu governo.

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