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Saiba como a ciência ajudou a inocentar a ‘pior assassina em série’ da Austrália

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Após duas décadas, novas evidências científicas questionam a condenação de Kathleen Folbigg por homicídio de seus filhos.  |   Bnews - Divulgação Foto: Joel Carrett
Dan Gama

por Dan Gama

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Publicado em 12/05/2025, às 18h28



Kathleen Folbigg, anteriormente conhecida como “a pior assassina em série da Austrália”, foi libertada após 20 anos de prisão, por conta de avanços científicos que lançaram dúvidas sobre sua culpa.

Em 2003, Folbigg foi condenada por homicídio culposo de seu primogênito, Caleb, e pelos homicídios dolosos de seus outros três filhos: Patrick, Sarah e Laura. As mortes ocorreram entre 1989 e 1999, quando as crianças tinham entre 19 dias e 19 meses de idade. Na época, acreditava-se que ela havia sufocado os filhos, mas Folbigg sempre alegou que as mortes foram naturais.

Em 2015, um legista afirmou que não havia evidências conclusivas de assassinato. Posteriormente, estudos genéticos identificaram uma mutação no gene CALM2 em Folbigg e em suas filhas, Sarah e Laura. Essa mutação pode causar arritmias cardíacas fatais, sugerindo que as mortes podem ter sido naturais. Além disso, Caleb e Patrick apresentaram uma mutação diferente no gene BSN, associada a epilepsia fatal em estudos com camundongos.

Essas descobertas levaram 90 cientistas, incluindo dois ganhadores do Prêmio Nobel, a assinarem uma petição pedindo a libertação de Folbigg. Em junho de 2023, ela foi libertada e, em dezembro do mesmo ano, suas condenações foram formalmente anuladas por um tribunal australiano - que considerou as provas originais não confiáveis.

Folbigg expressou gratidão pelos avanços científicos que esclareceram as causas das mortes de seus filhos, encerrando um dos maiores erros judiciais da história australiana, entendido pela justiça.

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