Colunas / Na Sombra do Poder
Publicado em 29/09/2022, às 05h50 Editoria de política
Que ACM Neto é um grande líder político e tem um baita oratória, não é segredo para ninguém. No entanto, o candidato - que não tinha ido a nenhum debate e guardou todo seu arsenal para o debate da TV Bahia, de propriedade da família que leva seu sobrenome -, não foi muito requisitado. Terminou ficando, inclusive, apagado entre alguns blocos. O debate foi a prova de que não basta saber brincar e descer para o play.
Neto foi escanteado em dado momento do debate graças a uma estratégia bem sucedida de João Roma, que contou com a participação de Jerônimo Rodrigues. Os dois ficaram levantando para o outro rebater, atacando o ex-prefeito e deixando Neto de lado sem oportunidade de se defender. Realmente, pareceu um ataque orquestrado.
Quem foi ao debate percebeu a ausência da vice de João Roma, que novamente posou para fotos apenas ao lado da esposa Roberta Roma e da candidata ao Senado na sua chapa, Raissa Soares. De fato, Leonidia Umbelina está cumprindo bem o papel de figurante na campanha bolsonarista.
ACM Neto apelou no debate e utilizou do mais baixo artifício para atacar João Roma: falou da questão familiar do candidato, envolvendo o batismo de sua filha, da qual ele era padrinho. Um dindo desses, realmente, ninguém merece.
Outro ponto que quase gera uma confusão na chegada da chapa petista foi quando a van que levava Jerônimo, Geraldo Júnior e seus assessores foi barrada na entrada da Rede Bahia. A equipe de segurança da empresa de comunicação alegou que havia gente demais dentro do veículo, o que gerou revolta por parte dos candidatos.
As trocas de acusações elevaram a temperatura do debate na TV Bahia com os governadores. E quando João Roma disse que ACM Neto “Nunca me disse que era negão”, tivemos um direito de resposta inédito na história das eleições. O carlista ainda tentou justificar a autodeclaração do pardo, mas a essa altura do campeonato todo mundo estava questionando era qual seria a ofensa pessoal, o “negão” ou o “não sabe nem a cor da sua pele”, também proferido pelo bolsonarista.
Enquanto boa parte do Partido dos Trabalhadores e siglas aliadas exploraram densamente a polêmica sobre a autodeclaração racial do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (UB), coincidentemente alguns membros do próprio PT e partidos que fazem parte da base de apoio não vieram a público se manifestar sobre o tema, ao menos nas redes sociais: a deputada federal Alice Portugal e Rosemberg Pinto. Os dois foram citados em uma reportagem do BNews, no último dia 20, como dois dos exemplos de mudança na autodeclaração. É aquela história: pimenta nos olhos dos outros...
O prefeito Bruno Reis agora diz que quem vota em João Roma, está votando em Jerônimo. Mas quem vota em Lula, não é por causa de Jerônimo. E no meio disso tudo, a cereja do bolo de ‘nó mental’ é a defesa da liberdade de escolha do eleitorado, que afirma que não é influenciável. Mas, veja bem: se o eleitor não é influenciado, quem vota em Roma vota em Jerônimo?
A candidata à Vice-Presidência pela chapa de Ciro Gomes (PDT), Ana Paula Matos (PDT), deu o ar da graça e disse que violência política é corresponsabilidade de todos os ex-presidentes, em sabatina recente da Folha de S.Paulo e UOL. "As pessoas estão expressando violência, mas por quê? Elas estão com dor, estão com fome", disse. Parece que assim como a Ana de Chocolate com Pimenta, que voltou para as telinhas esta semana, a Ana do PDT voltou para matar a saudade daquela personagem ingênua e romântica.
Em Seabra, onde o prefeito rompeu com Rui Costa e anunciou apoio a ACM Neto, o petista fez um discurso fortíssimo. Sobrou para o próprio prefeito de Seabra, o de Itaberaba e até ACM Neto.
Rui Costa faz duro discurso contra prefeito de Seabra durante comício na cidade pic.twitter.com/68Qk5TdfzV
— BNews (@bnews_oficial) September 23, 2022
Apos gravar vídeo citando a opção de votar em Jerônimo Rodrigues (PT), Mário Negromonte Jr. (PP) pode sair prejudicado nesta eleição. O problema é que prefeitos da região sudeste já estão avaliando transferir o apoio que antes seria dado ao pepista para Dal, uma aposta da região para ocupar a Câmara Federal.
Com o crescimento de Jerônimo nas pesquisas de intenções de voto, não foi só Mário Negromonte Jr. o único a sinalizar uma vontade de mudar a casaca. Após declarar apoio a Neto, com direito à nota em imprensa e tudo, um prefeito de uma grande cidade do interior baiano também anda circulando em pastos petistas. A conferir.
O prefeito de Cipó, Marquinho do Itapicuru, do PDT, falou até em volta do chicote para defender Jerônimo. "Esse menino [ACM Neto], a vontade de ser governador é para voltar com o chicote, com a malvadeza, mas os baianos não vão deixar”, afirmou
O grupo político liderado pelo ex-prefeito ACM Neto ficou surpreso com o tamanho do ato político realizado pelo prefeito de Camaçari, Elinaldo. A leitura nos bastidores é que o gestor do município da Região Metropolitana tem feito importantes gestos pela campanha de Neto e que será recompensado por isso em um eventual governo carlista.
Na semana passada, durante a votação do Projeto de Lei do Poder Executivo, na ALBA, relacionado ao pagamento dos precatórios dos professores, duas importantes ausências chamaram a atenção: justamente a dos líderes do governo e da oposição, Rosemberg Pinto (PT) e Sandro Régis (UB). Em meio a campanha eleitoral, os parlamentares participaram de maneira remota da sessão que homologou o texto, mas que não deixou a categoria totalmente satisfeita, uma vez que ela queria o pagamento do valor, mas com os juros embutidos.
Pelo menos desta vez não houve desgaste tête-à-tête entre o petista e os professores, como aconteceu após sessão realizada no dia 30 de abril, quando foi preciso a intervenção das forças de segurança da ALBA para evitar um confronto de Rosemberg Pinto e contra um advogado o qual ele havia chamado de “mentiroso”.
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