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Apenas 37,3% de todo lixo gerado no Nordeste é descartado corretamente, diz estudo

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No Brasil, 33 milhões de toneladas de lixo ainda têm descarte irregular  |   Bnews - Divulgação Ilustrativa / Pixabay

Publicado em 14/12/2023, às 11h37   Cadastrado por Bruno Guena


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O descarte irregular de lixo é um problema grave para o meio ambiente. No Nordeste, apenas 37,3% dos rejeitos são encaminhados para aterros, de acordo com o estudo da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (ABREMA).

No Brasil, 33 milhões de toneladas de lixo ainda têm descarte irregular. O volume inclui resíduos não coletados ou enviados para os mais de 3 mil lixões do país, com impactos negativos para a saúde e o meio ambiente. Dados estão no Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2023, da ABREMA.

O Brasil ainda está longe da universalização do manejo ambientalmente adequado dos resíduos sólidos produzidos pela população, conforme estabelecido pela Política Nacional dos Resíduos Sólidos-PNRS. O país também não vai atingir a meta de erradicação dos lixões, determinada pela legislação para 2024. É o que atesta o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2023, lançado pela Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (ABREMA).

De acordo com o estudo, aproximadamente 33,3 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos tiveram destinação inadequada em 2022. Esse montante representa quase 40% de todo o lixo gerado no país – o equivalente a 11.362 piscinas olímpicas de lixo compactado ou 233 estádios do Maracanã lotados – que vão parar em lixões a céu aberto, valas, terrenos baldios e córregos urbanos, ameaçando a saúde pública e o meio ambiente.

Segundo o estudo, desse total, 27,9 milhões de toneladas foram enviadas para os mais de 3 mil lixões que ainda existem no país, apesar da prática ser considerada ilegal. Outras 5,3 milhões de toneladas de lixo são incorretamente descartadas pela população que vive em áreas não atendidas por nenhum tipo de serviço de coleta. O número representa 7% de todo lixo produzido no país.

“As áreas ambientalmente mais adequadas para o recebimento dos resíduos sólidos produzidos pela sociedade são os aterros sanitários, que são obras de engenharia com sistemas de impermeabilização de base, coleta e aproveitamento ou queima de biogás, drenagem, tratamento de chorume, além de contar com monitoramento ambiental e geotécnico permanente”, informa o presidente da ABREMA, Pedro Maranhão. “Lixões, valas, vazadouros e áreas similares não possuem essa proteção ambiental e são uma ameaça a para a saúde pública e ao meio ambiente”, completa.

Norte e Nordeste em baixa 

O melhor cenário está nas regiões Sul e Sudeste, com mais de 70% de destinação adequada. As duas regiões são as únicas do país com mais da metade dos resíduos sendo encaminhados para áreas ambientalmente adequadas.

Nas regiões Norte e Nordeste, apenas 36,6% e 37,3% dos rejeitos são encaminhados para aterros. No Centro-Oeste, 43,6% do lixo tem manejo adequado.

Coleta seletiva

O resultado é ainda pior em relação à coleta seletiva porta a porta, com índices baixos nos sistemas de gestão municipal de resíduos sólidos. Segundo dados do Diagnóstico Temático Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos (SNIS 2021), a coleta seletiva porta a porta atende somente 14,7% da população brasileira.

Mesmo a região Sul, que apresenta o melhor índice do país, apresenta cobertura de 31,9% da população. A região Nordeste apresenta a menor abrangência de coleta seletiva porta a porta, atendendo somente 1,9% da população.

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