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Após passar meses na cadeia, homem é inocentado e advogado aponta suposto racismo

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O homem foi acusado de envolvimento na morte de idoso, em 2021  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Instagram

Publicado em 05/04/2023, às 07h36   Cadastrado por Pedro Moraes



Um homem, identificado como André Arcanjo, de 42 anos, foi inocentado pela Justiça, após ficar preso durante mais seis meses por latrocínio - que significa roubo seguido de morte. Há cerca de dois anos, o recifense virou suspeito de envolvimento na morte de um idoso, de 71 anos, deixando de ser testemunha. O detalhe é que ambos se conheciam há mais de 20 anos e eram vizinhos. 

A vítima, que não foi morta por André, foi a óbito em julho de 2021. Identificado como Edvaldo Oliveira Carvalho, o idoso foi executado por dois homens armados dentro da própria casa onde morava, no bairro de Areias, situado na Zona Oeste da cidade de Recife. Em resumo, a decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) aconteceu na última sexta-feira (31). 

O tribunal afirmou, por meio de nota ao portal g1, nesta terça-feira (4), que a decisão comportou a seguinte constatação: "a incerteza para condenação dos acusados diante da ausência de provas suficientes". Devido a sentença, outros dois réus também foram considerados inocentes pela Justiça. 

Até esta terça-feira (4), o TJPE sequer havia recebido pedidos de recurso. "Foi um processo que já nasceu morto, mas infelizmente resultou em mais um jovem negro preso injustamente por um crime que não cometeu", declarou o advogado de defesa de André Wanderson Albuquerque em entrevista à publicação.

Como tudo aconteceu

Em outubro de 2021, André foi detido como suspeito, e teve o habeas corpus negado pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), no mês de janeiro do ano passado. Sendo assim, o auxiliar de farmácia ficou no Centro de Triagem, em Abreu e Lima, no Grande Recife. 

Posteriormente, a defesa dele recorreu e encaminhou o pedido de libertação ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que concordou. Por essa razão, André passou a responder fora do presídio desde junho do ano passado. 

O processo escutou 13 testemunhas, segundo a defesa de André. O detalhe é que nenhuma das testemunhas o colocou como autor do fato. No roubo, os criminosos levaram R$ 200 mil que estavam dentro de um cofre da vítima. 

Ele recebeu dois tiros, na perna e na barriga, após negar a existência do cofre, morrendo no local. André, até então, dava banho na esposa do idoso, que tinha mal de Alzheimer, por atuar como auxiliar de farmácia e trabalhar em unidades de saúde.

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