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Braskem se manifesta sobre risco de desabamento de mina da petroquímica em Maceió; veja detalhes

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No ano de 2019, o Serviço Geológico do Brasil apontou que a mina já tinha sinais de desabamento  |   Bnews - Divulgação Divulgação
Adelia Felix

por Adelia Felix

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Publicado em 30/11/2023, às 09h20 - Atualizado às 10h00


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Apontada como responsável pelo maior desastre geológico do país, a Braskem se manifestou por meio de nota enviada ao BNews, nesta quinta-feira (30), sobre o risco iminente de colapso da Mina 18 da petroquímica e o agravamento dos tremores, na região da Lagoa Mundaú, no Mutange, um dos “bairros fantasmas” de Maceió (AL)

A mina citada pela Defesa Civil é uma das cavernas abertas pela extração de sal-gema durante décadas de mineração, no entanto, estavam sendo fechadas após o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) confirmar que a atividade realizada pela Braskem provocou o fenômeno na região.

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À reportagem, a Braskem informou que o sistema de monitoramento do solo registrou microssismos e movimentações atípicas em um local específico nas proximidades do Mutange. A petroquímica destacou ainda que as informações foram compartilhadas com as autoridades competentes.

A empresa alega que as atividades de preenchimento de poços já haviam sido paralisadas, e a área foi isolada preventivamente na tarde de terça-feira (28), em cumprimento às ações definidas nos protocolos da companhia e da Defesa Civil. 

Nas últimas horas, de acordo com a petroquímica, “a situação vem se intensificando, e estão sendo tomadas todas as medidas cabíveis para minimizar o impacto de possíveis ocorrências”. 

A Braskem informou também que acompanha de forma ininterrupta os dados de monitoramento, que são compartilhados em tempo real com as autoridades competentes.

À imprensa local, o coordenador geral da Defesa Civil de Maceió, Abelardo Nobre, detalhou o que pode ocorrer em um cenário de colapso da mina. "Se o teto dela [mina] vier a desabar, essa cavidade chega até a superfície, e se ela chegar dentro da lagoa, aí a gente tem consequências mais preocupantes, como um aumento de salinização da água e vai impactar toda a área de mangue de forma bastante trágica", disse.

No ano de 2019, no relatório sobre a instabilidade do solo em Maceió, o Serviço Geológico do Brasil apontou que a Mina 18 já tinha sinais de desabamento e alertou para a possibilidade de evolução rápida para colapso.

Após encerrar definitivamente a extração de sal-gema em Maceió, a Braskem apresentou medidas como uma área de resguardo, realocando pessoas e desocupando mais de 14 mil imóveis. Todos que habitavam a região, moradores, comerciantes e empresários, são contemplados pelo Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação, que oferece compensação financeira pelo dano causado.

Justiça determin uso de força policial 
A prefeitura já havia recomendado que fosse evitada a circulação de pessoas e de embarcações na lagoa próximo ao Mutange. Agora, após o Município indicar o possível surgimento de uma imensa cratera, uma decisão judicial assinada pelo juiz Ângelo Cavalcanti Alves de Miranda, da 3ª Vara Federal de Alagoas, autorizou o uso de força policial em caso de resistência durante desocupação de área de risco de colapso de mina. 

Foto: Divulgação / Prefeitura de Maceió

Gabinete de crise
O Gabinete de Crise, criado emergencialmente pelo prefeito JHC, nesta quarta-feira (29),  para acompanhar o agravamento dos tremores de terra e o risco iminente de colapso da mina 18, comunicou, oficialmente, os órgãos de controle e de segurança sobre o perigo do desastre.

Segundo a prefeitura, o funcionamento do Gabinete de Crise será permanente no sentido de monitorar a área afetada pela tragédia e tomar todas as providências para salvar vidas.

Decreto de emergência
Um decreto assinado pelo prefeito JHC, publicado em edição extraordinária do Diário Oficial do Município, na quarta, declara situação de emergência por 180 dias em Maceió devido ao iminente colapso da mina 18, mantida pela Braskem.

Pelo quadro emergencial, todos os órgãos que integram a Administração Pública vão atuar conjuntamente, sob a liderança da Coordenadoria Executiva Institucional da Prefeitura de Maceió e da Defesa Civil Municipal, em ações de resposta ao desastre, principalmente no atendimento à população atingida, reabilitação das áreas atingidas e reconstrução do cenário.

A Prefeitura de Maceió ainda autoriza a convocação de voluntários para reforçar as medidas e iniciar mobilizações, com campanhas de arrecadação de donativos e recursos junto à comunidade, para facilitar as ações de assistência e dar uma resposta rápida aos afetados.

O decreto foi baseado em informativo técnico, expedido pela Coordenadoria Especial Municipal de Proteção e Defesa Civil de Maceió (COMPDEC), que trata sobre considerações sobre a ocorrência de abalos sísmicos frequentes monitorados e detectados na região atingida pelo colapso.

MPF
O Ministério Público Federal (MPF) em Alagoas também divulgou nota orientando que ninguém trafegue nas proximidades e ou entre na lagoa Mundaú.

Classificação Indicativa: Livre

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