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Comerciante constrói próprio jazigo, põe foto e até aponta data de morte: 'em breve'

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A ideia de construir a própria tumba começou durante a pandemia e teve como objetivo começar a ser "homenageado em vida"  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 13/06/2022, às 09h21 - Atualizado às 09h22   Redação



A construção de um jazigo no cemitério de Vila Mendes, em Limoeiro, interior pernambucano, no mínimo inusitada, deixou o proprietário da obra “famoso” na cidade de pouco mais de sete mil habitantes. Isso porque o comerciante Cleyton de Melo Souza, de 36 anos, e que está vivo foi quem ergueu o próprio jazigo, com foto colorida e a frase “em breve” no local designado para a data do óbito.

“Não tenho medo de morrer. Estou esperando por ela [a morte]”, disse Cleyton Melo de Souza ao G1. Pai de três filhos, de 6, 11 e 18 anos, Cleyton é dono de uma padaria localizada em Mendes, distante seis quilômetros do Centro de Limoeiro. Na localidade, a vida é bem tranquila e o celular nem sempre pega direito.

Com boa saúde e tranquilo quanto aos negócios, ele disse que pensou na obra da própria tumba para “ser homenageado ainda em vida”. “Eu ia ao cemitério para acompanhar enterros e ficava pensando nas pessoas que estavam lá, num cantinho, e ninguém via. Eram homenagens discretas. Aí, fiz a minha tumba para ver as pessoas me homenageando de verdade”, afirmou o comerciante que se divertiu com a situação.

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O investimento foi de R$ 3.500, incluindo o “terreno”, material e mão de obra. “Fui lá e falei com administrador, disse que ia fazer e ele deixou”, contou. A obra é em formato de uma “capelinha” e tem espaço para dois caixões. No jazigo estão duas fotos de Cleyton, e um local para acender velas e colocar plantas.

Apesar do serviço ter terminado em 2021, a fama do comerciante começou após uma pessoa gravar um vídeo sobre o jazigo. Com direito a narração, o vídeo mostra a capelinha e ressalta que o home ainda está vivo. “Isso mesmo. Dá uma pausa no vídeo aí. Isso mesmo. O rapaz ainda está vivo e já fez a própria catacumba”, informa o visitante do cemitério de Mendes.

Cleyton disse que não sabe quem é a pessoa que fez o registro, mas se divertiu ao saber que estava “ficando conhecido”. Ele explicou também que a ideia veio com a pandemia em 2020 após ficar abalado com a morte de pessoas próximas e começar a refletir de como gostaria de ser lembrado por amigos e familiares quando fosse a sua vez.  “Pode ser daqui a cinco horas ou 50 anos”, declarou sobre o termo “em breve” colocado no local da data da morte.

O bom humor de Cleyton só diminui quando fala sobre a reação da própria mulher. “Ela ficou meio brava. E eu ainda disse que ia colocar a foto dela também”, contou, em tom de brincadeira.

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