Em entrevista, professor com projeto pago pela Braskem deu declarações favoráveis à empresa

Um professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), que possui projeto financiado pela Braskem, deu declarações públicas favoráveis sobre a empresa em recente entrevista para o Uol.

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A iniciativa monitora a lagoa Mundaú, em Maceió, onde parte da mina 18 da Braskem se rompeu no último domingo (10). Depois do episódio, pescadores relataram o surgimento de uma mancha branca, além da alta mortalidade de animais na água.

No dia seguinte, o professor Emerson Carlos Soares e Silva afirmou que a mancha não foi vazada pela mina 18 da Braskem, e descartou ligação do rompimento com a morte dos animais. O financiamento da empresa à UFAL não foi informado.

O contrato para monitorar a lagoa Mundaú foi firmado entre a Braskem e a instituição de ensino superior em janeiro deste ano. A empresa e a universidade se recusaram a informar o custo da parceria.

As atividades de mineração da Braskem em Maceió provocaram os primeiros tremores de terra ainda em 2018. Atualmente, 20% do território da cidade é afetado por afundamentos e rachaduras. 

Estima-se que cerca de 60 mil pessoas viviam nas áreas colapsadas. No mês passado, o governo federal reconheceu o estado de emergência em Maceió, em meio ao risco de colapso da mina 18.

Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi instaurada no Senado Federal, na última quarta-feira (13), para apurar a situação da Braskem e os afundamentos de solo na capital alagoana.