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Ossada de bebê é encontrada durante escavações no Recife

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Até agora, mais de 40 mil fragmentos de objetos diversos e mais de 100 ossadas foram encontradas na comunidade do Pilar  |   Bnews - Divulgação Reprodução/ Tv Globo

Publicado em 19/04/2022, às 09h57 - Atualizado às 10h20   Redação


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Durante as escavações na comunidade do Pilar, em Recife, pesquisadores encontraram a ossada de um bebê, nesta segunda-feira (18). Segundo a prefeitura da capital, esse achado arqueológico urbano é o maior do país e pode trazer revelações sobre quem foram os primeiro recifenses.

De acordo com o portal G1, o bebê foi enterrado por cima de um outro esqueleto, de um adulto, sepultado antes, na quadra 25. No local, havia resquícios de metal que fazia parte de um caixão e, pelo menos, 13 pregos de ferro foram localizados.

A pesquisa é realizada pela bioarqueóloga e especialista em ossos humanos, Cláudia Cunha, da Universidade Federal do Piauí (UFPI), num trabalho em conjunto com a equipe da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). A metodologia utilizada é chamada de antropologia do terreno, onde a ficha antropológica é preenchida após coleta de dados no próprio terreno. Os esqueletos são medidos, principalmente a tíbio que é um osso abaixo do joelho, e que a partir do seu tamanho foi possível prever a idade aproximada do bebê, de quatro a seis meses.

"Nesse caso, essa área está se revelando em um cemitério próximo do perfil da população natural. Estamos achando adultos, crianças, homens, mulheres. O que dá a entender é que é um cemitério em um nível mais recente do que o anterior e que inclui um perfil mais variado da população", explicou Cláudia que ainda disse não ter sido possível identificar o sexo do bebê.

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Foram encontrados 10 esqueletos e os restos de outros cinco, nessa área. Mas, os pesquisadores da universidade esperam encontrar mais ossadas pois as escavações ainda estão superficiais e nem alcançaram um metro de profundidade. Os arqueólogos querem saber ainda se esse cemitério da quadra 25 é da mesma época do escavado anteriormente na quadra 55.

As amostras de dois esqueletos encontrados na quadra 55 foram enviadas para um laboratório nos Estados Unidos para identificação da época da morte. Segundo a pesquisadora do Núcleo de Pesquisa Arqueológica da UFRPE, Ana Nascimento, uma das amostras não apresentava colágeno, o material necessário para o estudo, mas a outra tinha. "Ele morreu em um período em torno do final do século 16 e início do século 17", contou Ana.

Alguns pesquisadores acreditam que a quadra 55 era um cemitério militar, onde os corpos eram de homens com idades entre 17 e 25 anos e onde estavam todos enterrados com os pés para o lado do mar.

Até agora, mais de 40 mil fragmentos de objetos diversos e mais de 100 ossadas foram encontradas na comunidade do Pilar, além de vestígios do Forte de São Jorge, um dos mais antigos do Brasil. Há indícios também de que pessoas mortas na guerra e vítimas de doenças, como a cólera e gripe espanhola, que matou mais de quatro mil recifenses, entre os séculos 16 e 20, podem ter sido colocadas no cemitério.

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