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Entenda os riscos do colapso das minas da Braskem em Maceió

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Afundamento do solo no bairro de Mutange foi descoberto em 2018  |   Bnews - Divulgação Reprodução / TV Gazeta
Tácio Caldas

por Tácio Caldas

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Publicado em 01/12/2023, às 10h43 - Atualizado às 11h23


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O risco de desabamento de uma das minas da Braskem, empresa responsável pela mineração em Maceió, já afetou cinco bairros do município. Por conta disso, diversas residências e, inclusive, um hospital foram evacuados nessa última semana.

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A mineração na cidade começou em 1970 com a extração de sal-gema para fabricação de soda cáustica e PVC, mas somente 48 anos depois as consequências começaram a aparecer. Em 2018 surgiram as primeiras rachaduras nos bairros de Maceió. Essa situação foi confirmada pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) como consequência da mineração que teria provocado uma instabilidade no solo.

Apenas um ano depois, em 2019, começaram as ordens de evacuação para os moradores dos bairros de Pinheiro, Mutange e Bebedouro. Após o agravamento, essa evacuação também chegou aos bairros de Bom Parto e do Farol. Desde este momento, 55 mil pessoas foram evacuadas de 14 mil imóveis, tornando os bairros em 'fantasmas'.

Recentemente, o CPRM direcionou uma nova equipe a Maceió para analisar o problema. Toda essa situação também é monitorada para a Defesa Civil Nacional. Inclusive, a Justiça Federal determinou a retirada de mais 20 famílias que ainda residiam no Bom Parto. Além disso, mesmo sem nova ordem de evacuação, um outro hospital no bairro do Pinheiro teve seus pacientes transferidos para outras unidades de saúde.

Outros riscos

Após cinco tremores de terra em novembro a Defesa Civil de Maceió informou do "risco de colapso em uma das minas" da Braskem que ficaria próximo da lagoa do Mundaú. Segundo o órgão, o eventual colapso provocaria um surgimento de uma cratera imensa no local. Já o professor Abel Galindo, Universidade Federal de Alagoas (UFAL), avalia que o eventual desabamento poderia afetar também outras regiões vizinhas e a cratera poderia chegar a ter o tamanho do estádio do Maracanã.

Além disso, caso ocorra o desabamento, a água da lagoa poderia adentrar à cratera com uma profundidade média de oito a dez metros. Para além disso, segundo a Defesa Civil local, o fenômeno tornaria a água da lagoa salgada com grande impacto ao mangue da região que seria afetada 'de forma bastante trágica'.

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