BNews Nordeste
DivulgaçãoPublicado em 23/08/2022, às 07h35 Redação
Preso, desde o dia 20 de julho suspeito da autoria de um triplo homicídio na Zona Norte de Natal, no Rio Grande do Norte, o ex-policial Wendel Fagner Cortez de Almeida foi confirmado como candidato estadual pelo Partido Liberal (PL). O partido do presidente Jair Bolsonaro, confirmou no dia da convenção, 31 de julho, o nome de Wendel à Justiça Eleitoral.
De acordo com o G1, mesmo detido Wendel Lagartixa está em plena campanha eleitoral através das redes social, inclusive, com arrecadação de dinheiro de apoiadores. Nas imagens eleitoreiras o candidato aparece ao lado de Jair Bolsonaro, que disputa a reeleição para presidente do Brasil.
Lagartixa, apelido de Wendel que está sendo usado eleitoralmente, é o mesmo registrado pela Polícia Civil nos pedidos de prisão feito à Justiça. O ex-policial é investigado por um triplo homicídio que aconteceu no mês de abril deste ano. Ainda de acordo com a Justiça, há suspeita de envolvimento dele com um grupo de extermínio.
A prisão temporária de Wendel foi realizada no dia 20 de julho com validade de 30 dias, mas a justiça solicitou a prorrogação do prazo por igual período, à pedido da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP)."No caso, a investigação tem como objeto o cometimento do suposto triplo homicídio de Yago Lucena Ferreira, Rommenigge Camilo dos Santos e Felipe Antoniere Araújo, no dia 29/04/2022 e conexão com associação criminosa, em atividade típica de grupo de extermínio (...) Em relação a prorrogação da prisão temporária, há fundados indícios de autoria dos requerentes nos crimes previstos (...) Diante do que foi produzido pela Autoridade Policial e apresentado no Relatório Policial (...) a prisão temporária continua sendo adequada à gravidade concreta dos crimes ora investigados", diz a decisão judicial.
No início de agosto, um pedido de liminar de Habeas Corpus realizado pela defesa de Wendel foi negado pelo desembargador Saraiva Sobrinho, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte."As circunstâncias delineadas apontam a existência de dados concretos sinalizando o envolvimento do Inculpado em delitos gravosos (homicídios em atividade de “grupo de extermínio”), além da imprescindibilidade da medida", considerou o desembargador.
Reiterado o pedido, a defesa aguarda agora um novo julgamento, dessa vez, de um colegiado do tribunal. O advogado de Wendel, João Antonio Dias Cavalcanti, diz que ele alega que é inocente. Além de Wendel, outro policial foi preso e um terceiro suspeito segue foragido da Justiça.
O Partido Liberal foi procurado pela reportagem para se posicionar quanto à candidatura do ex-policial, inclusive se era de conhecimento do partido a prisão do candidato. Assim como, responder sobre quem o representou na convenção que o definiu para disputa de cargo eletivo. A legenda não falou sobre o assunto. O registro de candidatura de Wendel Lagartixa ainda aguarda decisão da Justiça Eleitoral.
Essa não é a primeira vez que o ex-policial é encarcerado. Ele foi preso em 2013, suspeito de envolvimento em homicídios e chegou a ser alvo de investigação da Polícia Federal. Em 2010, quando ainda atuava no 4º Batalhão da PM, também esteve atrás das grades por suspeita de assassinato.
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