Polícia

Conversas do atirador de Goiânia com um amigo são divulgadas

Marcos Souza / Veja
Adolescente de 14 anos atirou contra colegas de sala dentro da escola, no último dia 20  |   Bnews - Divulgação Marcos Souza / Veja

Publicado em 28/10/2017, às 09h45   Redação BNews


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O adolescente de 14 anos que atirou contra colegas de classe no colégio Goyases, em Goiânia, matando dois e deixando quatro feridos, usava um perfil no Skype com o codinome "Adolf" e tentava convencer os amigos da mesma idade que o nazismo foi positivo para a humanidade. As conversas foram divulgadas pelo site da VEJA, nesta sexta-feira (27). O crime aconteceu no último dia 20 de outubro. 

Depois do ocorrido, o pai de um dos melhores amigos do jovem decidiu vasculhar as conversas que o filho mantinha com o atirador na internet e se deparou com as mensagens. Pelo teor do bate-papo, entre abril e outubro deste ano no Skype, é possível concluir que o garoto tirava tais ideias de sites de notícias falsas e de teorias da conspiração, como as que propagam que o holocausto dos judeus foi uma farsa e que as imagens dos campos de concentração foram montadas.

O autor dos disparos era considerado pelos pais e professores um ótimo aluno. Gostava muito de ler, tirava notas boas e chegou até a ganhar uma medalha neste ano numa competição da Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA) realizada no colégio. 

Segundo a VEJA, a advogada do garoto, Rosângela Magalhães, disse que ele era amoroso em casa e nunca chegou a relatar problemas na escola aos pais, que, conforme ela, foram pegos de surpresa com o crime. O pai é major e a mãe é sargento da Polícia Militar de Goiás, sendo ela a dona da pistola calibre 40 usada pelo filho.

Para os amigos mais próximos, no entanto, ele se comportava de maneira diferente. Segundo eles, o garoto desenhava o símbolo da suástica em seu caderno e no braço e, quando era alvo de brincadeira dos colegas, costumava ameaçá-los. “Vou matar você e sua família”, dizia ele. Os colegas, no entanto, nunca as levaram a sério.

A Polícia Civil trabalha com a hipótese de que o garoto abriu fogo contra os colegas porque era alvo de bullying. Dois dias antes do crime, um dos estudantes mortos havia lhe trazido um desodorante — ela era chamado na sala de “fedorento”. O delegado Luiz Gonzaga Júnior disse que por ora não considera relevante para o caso as posições políticas do garoto, mas que o Instituto de Criminalística deve traçar um perfil psicológico sobre ele para entender quais foram as  motivações do crime.

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