Polícia

PM-BA não vai mais atuar em conjunto com a Guarda Municipal de Salvador

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Decisão do governo ocorreu após a agressão de guardas contra um motoboy na Avenida ACM esta semana  |   Bnews - Divulgação Arquivo BNews

Publicado em 14/09/2018, às 23h03   Rafael Albuquerque


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Não é de hoje que se especula certa rivalidade entre policiais militares e guardas municipais. A relação conturbada tem seu início na origem, visto que a PM é de responsabilidade do governador da Bahia, o petista Rui Costa, e a guarda é de responsabilidade do prefeito de Salvador, o demista ACM Neto. 

Se a relação estremecida começa no âmbito político, seu estopim aconteceu essa semana, quando integrantes da Guarda Municipal foram flagrados, nesta terça-feira (11), agredindo o motoboy Marcos Cardoso, próximo ao WallMart da Avenida ACM, na capital baiana. Na oportunidade, policiais militares chegaram depois e assumiram o controle. 

A situação levou a Guarda Municipal a afastar os agressores. O diretor de Segurança Urbana e Prevenção à Violência da Prefeitura, Maurício Lima pediu desculpas publicamente, em nome da GM, pelo ocorrido.

Três dias após, nesta sexta (14), chegou ao BNews a informação de que houve uma determinação dentro da PM de que a corporação não faria mais operações como blitze em conjunto com a GM.

Procurada pelo BNews, a Guarda esclareceu "desconhecer tal informação": "não existe nenhum tipo de comunicado oficial da Polícia Militar sobre esse assunto endereçado ao órgão. As atividades conjuntas entre os órgãos seguem normalmente".

A reportagem procurou a assessoria da PM-BA, mas a resposta veio diretamente da assessoria de comunicação do governo do Estado, que tergiversou: "a SSP informa que a PM estará à disposição da Transalvador sempre que houver necessidade e para suprir a ausência da Guarda Municipal. Informa ainda que a PM manterá o trabalho junto ao DETRAN nas ações empreendidas pelo órgão".

Questionada novamente se, especificamente, a Polícia Militar da Bahia voltará a atuar de forma conjunta com a Guarda Municipal, a assessoria do governo respondeu, dessa vez de forma clara e objetiva: "não, não irá"

A nota enviada ao BNews não se ateve ao motivo da decisão e nem de quem partiu a ordem, mas nos bastidores a informação é de que as reiteradas ações consideradas truculentas e desproporcionais por parte dos guardas teriam ocasionado o afastamento.

A PM de quando em quando aparece nos noticiários por causa de ações desmedidas e já carrega nas costas da corporação várias acusações a exemplo dos casos de Davi Fiuza, da chacina no Cabula, da morte do artista plástico Manoel Arnaldo dos Santos Filho e do caso do garoto Joel, morto dentro de casa no Nordeste de Amaralina atingido por um disparo que partiu de um PM - alguns já confirmados por perícia ou provado pela Justiça.

Com esse histórico, comenta-se que não é interessante para a PM ter seu nome vinculado à guarda civil de Salvador neste cenário. Sendo a determinação política ou administrativa, o fato é que o racha e o desgaste já eram perceptíveis há tempos.

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