Polícia

Mãe de Isabella Nardoni entra em contato com pai de Henry para prestar solidariedade

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Ele disse que ela "escreveu coisas lindas"  |   Bnews - Divulgação Reprodução/redes sociais

Publicado em 13/04/2021, às 15h44   Redação BNews


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Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabela Nardoni, assassinada há 13 anos, entrou em contato, no dia 9 deste mês, com o pai de Henry Borel Medeiros, que tinha 4 anos e foi morto no dia 8 de março, para lhe prestar solidariedade pela morte do filho. Ele disse que ela "escreveu coisas lindas". 

O pai do menino publicou um desabafo nesta terça-feira (13) nas redes sociais sobre ter perdido o filho. O engenheiro Leniel Borel de Almeida escreveu que "cada dia chega mais ao fundo do poço" e também que as notícias sobre o crime "têm acabado com ele". 

"Filhinho, sempre lembraremos de você sorrindo, da sua alegria contagiante e sua personificação de amor. Você sempre será a razão da minha felicidade, meu melhor amigo. As últimas notícias acabaram comigo, cada dia chego mais ao fundo do poço, já não sei se aguento mais. Deus, que a sua justiça seja feita! Por favor, receba meu anjo em teus braços. Ajude-nos a acabar com a violência contra crianças. Em breve estaremos juntos com o Senhor, em um lugar que nunca mais haverá morte, nem dor e sofrimento e toda lagrima será enxugada. Apocalipse 21:1-4", escreveu.

Isabella Nardoni tinha 5 anos quando foi jogada do sexto andar do Edifício London, na Zona Norte de São Paulo, no dia 29 de março de 2008 e morreu. Alexandre Nardoni, pai da menina, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá, foram presos pelos crimes de fraude processual e de homicídio triplamente qualificado em 27 de março de 2010.

A polícia investigou e afirmou na época que a menina teria sido asfixiada pela madrasta e arremessada pelo pai do local onde eles moravam. O casal, no entanto, nunca assumiu o crime. Nardoni foi condenado a 31 anos e um mês de reclusão e 24 dias, e Jatobá, a 26 anos e oito meses de reclusão e 24 dias.

Na revista Piauí, a mãe de Isabella disseque percebeu uma fingimento de emoção da mãe de Henry quando ela e Dr. Jairinho foram entrevistados no programa "Domingo Espetacular", da TV "Record".

"Quando vi uma entrevista da mãe e do padrasto do Henry para o Roberto Cabrini, na Record, senti algo muito estranho. Senti frieza, uma emoção falsa e versão combinada dos fatos. Naquele momento, pensei o pior mesmo e vi semelhanças com o ocorrido com a minha filha, Isabella. Por mais que as pessoas ensaiem, criando uma versão falsa para o crime, a verdade não consegue ser escondida nem por elas mesmas. Eu estou muito tocada pela brutalidade e pelas coincidências com o que vivi. Esse tipo de crime você jamais imagina que vai acontecer em sua família", afirmou. 

Anna Carolina disse na entrevista que precisava falar com o pai de Henry porque os dois passaram por situações semelhantes e compartilhavam os sentimentos de dor e da perda.

"Meu coração estava pedindo para fazer isso. Eu me coloquei no lugar dele. Escrevi que muitas pessoas estão neste momento mandando mensagens, assim como aconteceu comigo com a morte da minha filha. Recebi mensagens de pessoas que tinham passado por situações difíceis, das mais variadas formas, todas prestando solidariedade. Expliquei para ele que essa comoção enorme que tem causado na vida das pessoas deve ter um propósito, seja para pressionar as autoridades por busca de Justiça e por alguma mensagem que o Henry quer passar. Todo esse caso tem me deixado bastante comovida", explicou a mãe de Isabella. 

Ela ainda completou: "sabe o que é mais dolorido? Eu e Leniel entregamos os nossos filhos para quem deveria cuidar e zelar. Entregar um filho para nunca mais voltar é o que mais machuca, revolta. Não consigo explicar o tamanho dessa dor. No caso da Isabella o pai foi o culpado. No do Henry, a mãe está presa como suspeita de participar da morte do próprio filho. Justo a mãe, que deu vida à criança. Eu sou da seguinte opinião: as dores não são comparáveis. Mas elas são enormes, imensuráveis".

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