Polícia

Sócio do estelionatário Maurizzio Mattos já está preso

Imagem Sócio do estelionatário Maurizzio Mattos já está preso
Fábio Tannus se apresentou e segue para carceragem da Delegacia de Furtos e Roubos   |   Bnews - Divulgação

Publicado em 16/03/2012, às 07h35   Alessandro Isabel



Fábio Crisamon Alves Tannus, sócio "laranja" do estelionatário Maurizzio Cersosimo Matos, 49 anos, preso na última sexta-feira em casa, foi apresentado na Delegacia de Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública (DECECAP) por seu advogado, Bruno Matos, na manhã desta quinta-feira (15). Fábio Tannus é acusado de participar de esquemas fraudulentos que tem como mentor Maurizzio Matos.

Fábio Tannus escondeu o rosto com uma bermuda verde

Segundo a delegada Pilly de Faria Dantas, titular da DECECAP, Tannus foi encaminhado para o Departamento de Polícia Técnica (DPT) e logo em seguida será encaminhado para a carceragem da Delegacia de Repressão a Furtos Roubos (DRFR), na Baixa do Fiscal, onde deve permanecer preso. 

Prisões - Matos é apresentado como uma figura bem articulado, que já atuou como empresário do cantor Ricardo Chaves e aplicou golpe em Margareth Manezes. Fequentador de ambientes refinados, por onde também circulam suas vítimas, a maioria personalidades do mundo empresarial e artístico, o estelionatário foi preso por determinação judicial, na manhã de sexta-feira (9) em sua residência, no Condomínio Encontro das Águas, em Lauro de Freitas.

No imóvel de alto padrão, também foram presas a mulher dele, Cláudia Accioly Matos, sócia do golpista em várias empresas de fachada, e a empregada do casal, Cláudia Pedrosa dos Santos, utilizada como “laranja”.   Os policiais da DECECAP apreenderam na mansão do casal dois carros de luxo registrados em nome do casal. Outros cúmplices do estelionatário estão sendo investigados.

O mandado de prisão preventiva contra Maurizzio, expedido pelo juiz Eduardo Afonso Maia Cariccio, da 2ª Vara Crime, e os mandados de prisão temporária de Cláudia Accioly e Cláudia Pedrosa foram cumpridos pela delegada Pilly e sua equipe, às 6h30min, com o apoio do Ministério Público (MP). Entre os golpes mais recentes aplicados por Maurizzio está a falsificação da escritura de uma ilha na Baía de Todos os Santos, cujo proprietário já havia morrido, e que ele planejava vender por R$ 35 milhões. O documento do terreno foi falsificado em nome de Fábio Tannus.

Maurizzio e a mulher, Cláudia Accioly

Maurizzio, Cláudia Accioly e Cláudia Pedrosa permanecem mantidos à disposição da Justiça. A delegada indiciou os golpistas em inquérito policial por estelionato, falsificação de documento público, falsidade ideológica, uso de documento falso e formação de quadrilha.


Estados Unidos - Além da Bahia, o casal de estelionatários agia em Pernambuco, Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal, tendo Maurizzio Cersosimo sido preso nos Estados Unidos, em 14 de outubro de 2004. Naquele país, ele tentou descontar, na cidade de Houston, no Texas, um cheque no valor de um milhão e 600 mil dólares, proveniente de uma golpe aplicado em uma empresa paulista.  Em fevereiro do ano seguinte, poucas semanas antes de uma audiência na Justiça americana, ele fugiu para o Brasil, entrando no país com um passaporte italiano, já que tem dupla cidadania. O passaporte brasileiro continua retido nos Estados Unidos, onde o golpista não pode mais retornar, sob o risco de ser preso novamente.

Chegando à Bahia, o estelionatário providenciou a emissão de segunda via dos documentos pessoais, alegando que havia perdido os originais. Prosseguindo na atividade criminosa no Brasil, Maurizzio aplicou golpes em diversas empresas, entre as quais uma imobiliária, uma fábrica de charutos, blocos de Carnaval, agência de publicidade, uma Marina em Salvador e casas de espetáculos, entre outros segmentos. Antes ser preso nos Estados Unidos, atuou como empresário do cantor Ricardo Chaves, que também foi lesado por ele.  

Graduado em Administração de Empresas, no ano de 1984, Maurizzio Cersosimo, colega de turma de Ricardo Chaves na Universidade, ascendeu rapidamente como profissional do sistema financeiro, chegando a tornar-se vice-presidente regional do Citybank, instituição da qual foi demitido por praticar irregularidades. Afastado da instituição financeira, tornou-se empresário de Ricardo Chaves e, durante os quase dois anos de vigência do contrato, prejudicou financeiramente a carreira do cantor, que o processou judicialmente.

Condenado no ano passado pela 11ª Vara Crime, em primeira instância, o estelionatário também responde a processo na 7ª Vara Crime. Maurizzio já foi indiciado em sete inquéritos policiais pela delegada Carmem Dolores Bittencourt, lotada, na época, no Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP). A maioria desses inquéritos já está na Justiça, e todos foram instaurados após denúncia ao Ministério Público.

Foto 1 - Gilberto Júnior/Bocão News
Foto 2 - Reprodução
Matéria publicada dia 15 de março às 12h18

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp