Polícia
Publicado em 24/09/2021, às 13h51 Brenda Viana
Diversas crianças e adolescentes que estavam em situação de rua em Salvador foram levadas para o Dercca (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente) localizado no bairro de Brotas.
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Cerca de 20 menores, com idades entre recém-nascidos aos 16 anos, foram encontrados e levados para a unidade, como noticiado pelo B News. Algumas crianças estavam sendo “emprestadas” para praticar o ato de mendicância, ou seja, as crianças estavam pedindo dinheiro nos semáforos e em outros locais a mando de adultos.
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Em conversa com a reportagem, a delegada titular da Dercca, Simone Moutinho, comentou quais as justificativas dos adultos, já que muitos pais desses menores vivem em situações de vulnerabilidade nas ruas da capital baiana.
(Foto: Polícia Civil)
“Eles tentaram fugir, reclamaram, acharam que era uma situação abusiva do Estado. Tem que ter uma ação de conscientização das famílias de que aquela conduta é crime. Apesar de serem filhos, eles os amem e saibam que estão contribuindo para um futuro não muito bom dessas crianças”, comentou ao BNews.
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Ainda em relação aos pais ou adultos que estavam com os menores de idade, a delegada falou que muitos deles não têm onde morar ou simplesmente estavam naquele local apenas para explorar as crianças.
“Haviam várias situações. Pessoas que estavam ali na informalidade, que era o único meio de vida, mas outras pessoas que estavam ali para complementar a renda. Outras que não estavam ali, mas mandavam os filhos para complementar renda, e outros que não estavam ali, estavam em casa descansando, enquanto os quantos filhos estavam trabalhando também, são várias situações”, comentou.
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A reportagem questionou a reação desses adolescentes e crianças ao serem retirados das ruas. A delegada falou que foi uma ação muito triste, mas que conseguiram, em trabalho conjunto com o suporte do Núcleo de Inteligência do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom) e o Conselho Tutelar, reverter a situação momentânea dos menores.
“A gente se emocionou muito, mas sentimos na condição ‘temos que fazer alguma coisa’. Quando chegaram na unidade, a gente tentou descontrair. Temos uma psicóloga que entreteve as crianças, botamos papéis para elas brincarem e brinquedos, pedimos pizza e fizemos uma festa com as crianças”, disse.
Os familiares e adultos que estavam com as crianças foram ouvidos, e a Dercca instaurou inquérito regular para investigar a prática de exploração infantil. Eles também foram advertidos pelo Conselho Tutelar do município e, após identificação, as crianças foram encaminhadas para outros familiares. A unidade especializada também encaminhou as famílias para análise da possibilidade de serem integrados a programas sociais da Prefeitura. Uma van foi disponibilizada pelo Salvador Shopping, para dar apoio à operação.
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