Polícia

Três meses após morte, suspeitos de assassinato seguem livres em Praia do Forte

Imagem Três meses após morte, suspeitos de assassinato seguem livres em Praia do Forte
Mãe de vítima segue sob efeito de medicamentos psiquiátricos  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 14/07/2014, às 14h25   Alessandro Isabel (Twitter: @alesandroisabel)


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13 de abril de 2014. Data da final do Campeonato baiano. Enquanto a torcida do Bahia se preparava para comemorar o título de campeão estadual, que viria após empate diante do Vitória, a família do técnico de eletrônica Huane Guimarães de Moura, 19 anos, movimentava todos os contatos para a transferência do jovem da emergência do Hospital Geral de Camaçari (HGC), para uma unidade de saúde especializada em Salvador.

Huane, torcedor do Bahia, já não estava consciente quando o clube do coração conquistou o 45º título estadual. Com traumatismo craniano e perda de massa encefálica, ele lutou pela vida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no dia 21 do mesmo mês, nove dias após ser espancado por um grupo de 20 pessoas na Praia do Forte, em Mata de São João, Litoral Norte da Bahia.

14 de julho de 2014. Três meses se passaram e nenhum dos homens apontados no processo por participação no crime foi preso. Uma das testemunhas conversou com o Bocão News. De acordo com André Luís, amigo de Huane, na noite de sábado (12.04), eles estavam com um casal de amigos no Bar do Souza, localizado na Vila de Praia do Forte. Dentro do mesmo estabelecimento estavam os suspeitos.

Já na madrugada de domingo (13.04), por volta das 3h30, o grupo saiu do bar e seguiu em direção ao estacionamento. No caminho, encontraram com quatro homens, os mesmo que estavam dentro do estabelecimento. “Eles começaram a jogar pedras e dar palavrões. Provocaram uma briga já sabendo o que iriam fazer”, recorda André.

Ainda segundo André, com as ameaças cada vez mais próximas, Huane e um amigo identificado como Éder tentaram conversar com os agressores, mas foram espancados. “Não sei de onde saíram tantas pessoas. Foram mais de 20 que cercaram os dois e agrediram com socos e pontapés na cabeça”.

Depois da sessão de espancamento, três homens ainda pegaram pedras e paus e desferiram na face de Huane que ficou desacordado. Ele foi socorrido para o HGC onde ficou internado até a morte. Éder recebeu atendimento no Menandro de Farias, em Lauro de Freitas, e foi liberado.

O caso segue sendo investigado pela delegada titular de Praia do Forte Diana Marise. Para o Bocão News, a delegada garante que o caso não foi esquecido. “Preciso muito que as testemunhas venham à delegacia para contar apenas o que viram. Com essas informações poderei concluir o caso. Mas, em Praia do Forte, infelizmente impera a lei do silêncio”, lamenta.

A Justiça dá direito aos suspeitos de manter em sigilo a identidade completa. Identificados apenas como “Ualas”, “Ueslei” e “Raidan”, os três são nativos de Praia do Forte e permanecem em liberdade. A delegada acredita que terá novidades no caso na próxima semana. “Aí sim poderei dar andamento no caso”.

Enquanto os suspeitos aguardam sentença em liberdade, a mãe de Huane não supera a morte prematura do filho. Sob o efeito de calmantes, Ana Moura já foi conduzida ao Hospital Psiquiátrico Juliano Moreira para tratamento. O mesmo acontece com Éder, que hoje é submetido a tratamento psicológico.

Classificação Indicativa: Livre

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