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Após perder bebê em parto, mãe tenta sepultar criança e descobre que corpo estava em aterro sanitário

Divulgação/Hospital Nossa Senhora da Natividade
Prefeitura de Santo Amaro afirmou que hospital fez "descarte acidental" do corpo do bebê  |   Bnews - Divulgação Divulgação/Hospital Nossa Senhora da Natividade
Sanny Santana

por Sanny Santana

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Publicado em 24/01/2024, às 14h51


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Uma mãe vem denunciando a Casa de Parto do Hospital Municipal Nossa Senhora da Natividade, na cidade de Santo Amaro, na Bahia, após ela descobrir que o corpo do seu bebê, que morreu após parto, no dia 18 de janeiro, estava em um aterro sanitário. 

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Em entrevista à Record Bahia, a mãe contou que sua bebê teve complicações após o parto. O hospital chegou a solicitar apoio do Graer (Grupamento Aéreo da Polícia Militar) para transferir a criança para outra unidade de saúde, mas a pequena faleceu antes que o encaminhamento acontecesse.

"Quando me disseram que a menina não tinha resistido, a gente ficou sem saber o que fazer (...) falei com a assistente social e elas disseram a mim que iam deixar tudo encaminhado para fornecer serviço funerário, só que na sexta-feira, pela manhã, a assistente disse que eles não estavam fornecendo serviço fuinerário, que a gente tinha que tomar uma providência", contou a mãe.

Os trâmites da certidão de óbito da criança, então, foram providenciados com rapidez para que a criança logo fosse sepultada, já que fazia horas que a menina havia falecido. 

Segundo a mãe, contudo, ao chegar no hospital para buscar o corpo da bebê, funcionários demoraram horas para mostrar a criança à mãe, declarando que havia problemas com a documentação de óbito. A mulher chegou a ir ao necrotério com a enfermeira, mas nem mesmo a profissional sabia informar onde estava o corpo.

Esperando há horas pelo corpo da bebê, a mãe percebeu que algo estava errado. A certeza veio quando ela viu um print de uma publicação na internet que dizia que um bebê, morto durante parto ocorrido no dia 18 de janeiro, no mesmo hospital, havia desaparecido. A mulher, então, decidiu ir à delegacia para denunciar o caso. No local, descobriu que o corpo do bebê havia sido jogado em um aterro sanitário.

Por meio de nota enviada à emissora, a prefeitura de Santo Amaro, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, afirmou que houve "descarte acidental do corpo".

"Porém, em uma rápida apuração, montou-se uma força-tarefa e o corpo do RN foi recuperado", declarou a prefeitura, por meio de nota. Além disso, foi dito que "providências legais estão sendo tomadas", incluindo o afastamento temporário do quadro de profissionais envolvidos no caso, foram a instauração de uma sindicância para apurar o ocorrido.

Confira a nota na íntegra:

"A Prefeitura Municipal de Santo Amaro, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, vem a público esclarecer os eventos ocorridos nos dias 18 e 19 de janeiro de 2024, na Casa de Parto do Hospital Municipal Nossa Senhora da Natividade.

A parturiente, cujo nome será preservado, deu entrada no dia 18, em estágio avançado de trabalho de parto prematuro, com 29 semanas de gestação, sendo acolhida pela equipe de emergência. O bebê nasceu de parto normal, mas com 1.260 gramas e enfrentando graves dificuldades respiratórias devido à precocidade do parto.

A Secretaria de Saúde, por meio do Hospital, seu corpo técnico e administrativo, não poupou esforços para salvaguardar a vida do RN, contando, inclusive, com o apoio de ambulância avançada do Samu-192 Metropolitano e do GRAER – Grupamento aéreo da Polícia Militar da Bahia - para garantir a remoção em tempo ágil e oportuno para maternidade de alto risco, tudo acompanhado e cientificado à genitora.

Mas, apesar disso e de 5 horas de investimento em estabilização e ressuscitação, o recém-nascido veio a óbito, às 15h40.

Constatado o falecimento, a equipe multidisciplinar ofereceu, dentro dos trâmites legais e formais, apoio à família, sobretudo à mãe do RN. O serviço funeral foi acionado, informando que o corpo seria liberado no primeiro horário do dia seguinte. No entanto, houve um lamentável equívoco, resultando no descarte acidental do corpo.

Porém, em uma rápida apuração, montou-se uma força-tarefa e o corpo do RN foi recuperado.

Em virtude disso, esclarecemos que providências legais estão sendo tomadas, incluindo o afastamento temporário do quadro de profissionais envolvidos e a instauração de uma sindicância para apurar responsabilidades.

Reiteramos, portanto, nosso compromisso com a transparência e seguimos empenhados em prestar todo apoio necessário à família neste momento tão difícil".

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