Polícia

Delegado afirma que criança morta pelo pai durante espancamento sofria tortura

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Lesão na coluna cervical pode ter provocado morte da menina  |   Bnews - Divulgação Reprodução Redes Sociais

Publicado em 12/12/2023, às 20h27   Redação Bnews


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As investigações da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) apontaram que a menina africana, de 8 anos, morta pelo próprio pai, vinha sofrendo tortura. O crime aconteceu na noite da última segunda-feira (11), no bairro São Lourenço, em Niterói, Rio de Janeiro.

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Segundo informações do site O Dia, a pequena foi espancada dentro da casa em que moravam, na comunidade de Boa Vista. Natural do Benin, na África, Ilias Olachegoun Adeniyi Adjafo, 30, foi preso em flagrante. Ele alegou que a menina teria roubado um objeto na escola e para repreender a atitude da filha a espancou. "O que aconteceu não foi uma correção, foi uma prática de tortura'" afirmou delegado titular da DHNSG, Willians Batista.

De acordo com a Polícia Civil, o exame do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a menina apresentava inúmeras lesões nas costas, tórax, braços e face. Durante a perícia no local do crime, um cinto que teria sido usado nas agressões foi apreendido. O delegado afirmou que as lesões encontradas não ocorreram apenas na segunda-feira, o que indica que ela era vítima de tortura. 

"Ele, claramente, agrediu a filha diversas vezes. Eu, particularmente, posso dizer que em dez anos, muitos deles trabalhando com homicídio, eu nunca tinha visto aquela intensidade de lesões. Lesões espalhadas pelo corpo inteiro dela, lesões que, após conversar hoje com o perito legista, a gente consegue afirmar que não foram ocorridas apenas do dia de ontem, tinham lesões que chama de idades diferentes, o que indica que ela já vinha sofrendo esse tipo de tortura. Esse é o nome, não é correção, não é lesão, não é exagero, é tortura mesmo o que vinha acontecendo", afirmou o titular da DHNSG em entrevista concedida ao site O dia. Ainda segundo Batista, a suspeita é de que uma lesão na coluna cervical causou a morte. 

Na delegacia, Ilias não confessou o crime, não respondeu perguntas e decidiu ficar em silêncio durante oitiva, mas se emocionou algumas vezes. Além dele, quatro testemunhas já foram ouvidas, sendo dois médicos do Samu.

Um dos profissionais relatou que o pai teria dito que havia "batido um pouco" na filha. A mãe da criança também prestou depoimento e deixou a delegacia no final da manhã desta terça-feira (12). 

O inquérito ainda não foi concluído e a delegacia também vai investigar uma suposta perda de peso que a menina vinha sofrendo. Segundo o delegado, todos que faziam parte do cotidiano de pai e filha, como funcionários da escola, vizinhos e familiares, serão ouvidos na especializada. O acusado foi autuado por homicídio qualificado por motivo fútil, praticado por meio de tortura e por a vítima ser filha dele. Ele deixou a DHNSG no início da tarde de hoje e será encaminhado para uma unidade prisional. 

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