Empresário que torturou funcionários diz que foi 'tomado por algo': 'minhas vistas escureceram'

O empresário Alexandre Carvalho Santos, que confessou que torturou seus dois funcionários, diz que cometeu as sessões de violência porque foi "tomado por algo", além de ter ficado com "as vistas escurecidas" ao saber que, supostamente, foi passado para trás por seus colaboradores. Sem saber expressar o que sentiu antes de torturar os dois homens, Alexandre se diz arrependido e pede perdão às vítimas. 

O empresário e o seu sobrinho,  Diógenes Santos, que trabalhava como gerente do comércio de roupas, se apresentaram no final da manhã desta quarta-feira (31) no Complexo de Delegacias dos Barris, após serem intimados pela polícia.

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"Quem me conhece vai até estranhar o caso, eu mesmo me estranhei, as pessoas que me conhecem sabem da minha caminhada. No momento em que eu estava interrogando, ele [uma das vítimas] estava falando sarcasticamente. Isso que eu fiz foi errado, reconheço, porém, na hora as minhas vistas escureceram, eu fui tomado por alguma coisa. Fui consertar ele e acabei errando [...] Eu estava tomado por algo", disse Alexandre em entrevista à TV Record Itapoan. 

"Não justica [as agressões], me arrependo profundamento, já falei com Deus [...] não sou nem digno de falar o nome de Jesus porque fiz algo carnal. Eu errei, surtei [...] Deus é minha maior testemunha", completou o suspeito. 

Os trabalhadores dizem ter passado por sessões de espancamento após serem acusados de furtar dentro do estabelecimento comercial, localizado nas proximidades da Estação da Lapa, no Centro da cidade.

Durante o espancamento, um dos homens teve as mãos queimadas com ferro de passar. O empresário deixou marcado “171” nos membros da vítima, em referência a infração penal contra o patrimônio. O funcionário diz também ter sido obrigado a usar vestido enquanto era gravado por Alexandre e Diógenes. As imagens foram compartilhadas pelos dois em um aplicativo de troca de mensagens.