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Polícia Civil instaura inquérito para apurar denúncia de Gerson contra jogador do Bahia por injúria racial

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Caso ficará a cargo da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI)  |   Bnews - Divulgação Reprodução/TV Globo

Publicado em 21/12/2020, às 13h41   Redação BNews


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A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar a denúncia de injúria racial de Gerson contra o meia colombiano do Bahia, Ramírez. O colombiano teria dito "cala a boca, negro" para Gerson durante o confronto entre as equipes neste domingo (20). A investigação ficará a cargo da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI).

O jogador do clube carioca será ouvido na tarde desta segunda-feira (21) e outros envolvidos serão convocados a depor sobre o caso. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pediu que o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) investigue a acusação.

O vice-presidente jurídico do Flamengo, Rodrigo Dunshee de Abranches, afirmou que o clube irá ao STJD contra o meia e Mano Menezes, ex-técnico do tricolor baiano. "Além de apoiar o Gerson na esfera criminal, o Flamengo representará ao STJD contra o atleta que ofendeu racialmente o Gerson, assim como o fará contra o Mano Menezes, que apoiou a ofensa racial e chamou de malandragem. Temos que banir o racismo da nossa sociedade", declarou Abranches.

Relembre o caso

O jogador do Flamengo Gerson deixou o campo no final da partida acusando o meia-atacante do Bahia, o colombiano Juan Ramírez, de racismo após a derrota do tricolor baiano por 4 a 3, neste domingo (20), no Maracanã. Durante uma entrevista, o atleta flamenguista aproveitou para denunciar o episódio.

"O Ramírez, do Bahia, falou para mim: ‘Cala a boca, negro’. Eu nunca reclamei na imprensa, mas isso eu não aceito. Eu vim falar em nome de todos os negros. O Mano Menezes também tem que saber respeitar", afirmou.

Após o fim do jogo, o Bahia anunciou a demissão de Mano Menezes. Em sua última entrevista coletiva, Mano colocou em xeque a acusação realizada por Gerson e afirmou que ele "estava muito alterado".

"Esse é um assunto extremamente sério [racismo], que envolve o mundo e consequentemente o Brasil também.  Nós não temos nenhum relato, não temos uma imagem, não temos o fato de que Ramírez falou para Gérson qualquer coisa desse tipo. Então, quando não temos, logicamente ficamos do lado do nosso jogador. O que pareceu para gente naquela hora foi que tínhamos crescido no jogo, feito 2 x 1 e que estava havendo uma tentativa de paralisar o jogo, de tumultuar e tirar um jogador nosso também por um cartão vermelho, para igualar as coisas [...]  Pela conversa que tive com o presidente Guilherme e pela história do Bahia não irá haver defesa de uma coisa errada, se realmente aconteceu, vamos ver se aconteceu", afirmou o ex-treinador do Bahia.

Além da demissão de Mano, o clube anunciou o afastamento de Ramírez. O Bahia afirmou que, apesar de o atleta “negar veementemente a acusação” de racismo, o clube "entende, porém, que é indispensável, imprescindível e fundamental que a voz da vítima seja preponderante em casos desta natureza”.

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