Polícia

Mulher acusa membros da Imbatíveis de agressão no Barradão: "saí da arquibancada vaiada e humilhada"

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Caso aconteceu momento após a derrota do Vitória para o Floresta, no Barradão; vítima relata descaso da PM  |   Bnews - Divulgação Foto: Reprodução / Instagram / EC Vitoria Gols

Publicado em 17/04/2022, às 17h23 - Atualizado em 18/04/2022, às 09h08   Vinícius Dias


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Uma mulher acusou membros da Torcida Uniformizada Imbatíveis de agressão após o jogo do Vitória contra o Floresta, no último sábado (17), pela Série C. Sergipana e sem torcer para nenhum time, ela foi ao estádio com roupa neutra a convite de amigos e acusa membros da TUI encurralá-la com uma série de agressões físicas e verbais após suposição de que ela seria torcedora do Bahia infiltrada nas arquibancadas do Barradão.

O relato da mulher, identificada como Mariana Cardoso, foi publicado em sua conta no Twitter. Segundo a vítima, ela foi encurralada por 5 homens, que começaram a fazer uma série de perguntas antes de empurrá-la para longe de seus amigos e iniciarem ofensas e agressões. Ela relatou que teve dedos apontados e tapas desferidos contra seu rosto.

"Eu já estava desesperada e meus amigos não conseguiram me defender porque os mesmos me encurralaram. Foi nesse momento que para sobreviver eu gritei para chamarem a polícia e simplesmente ninguém além dos meus amigos fizeram nada. Todos estavam vendo uma mulher ser agredida e ninguém fez nada", relatou.

A vítima conseguiu ligar para o 190 e pediu socorro. Nesse momento, os agressores ficaram com medo da polícia e saíram correndo. Ela fugiu em direção a uma guarnição da polícia tentando se proteger e durante o trajeto, segundo a vítima, outros torcedores da TUI começaram a jogar copos contra ela.

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Segundo a vítima, ela foi ignorada pela polícia e teve que implorar socorro até encontrar uma Policial feminina e se agarrar a ela, que a encaminhou até a base da polícia dentro do estádio. A vítima denunciou descaso tanto da PM quanto de policiais civis.

"Eu saí da arquibancada vaiada e humilhada, como se eu fosse um bicho, uma criminosa. Enquanto isso meus agressores estavam me olhando e rindo. Eu pedia para os policiais irem atrás deles e nada foi feito. Cheguei na base da polícia tendo uma crise de ansiedade crônica, sem conseguir respirar. Depois de tomar um pouco de água e mesmo em crise, nenhum policial fez nada, só falaram que eu tinha que ir para casa pois não tinha como saber quem fez aquilo. Como não? Sendo que eu tinha apontado os meus agressores e ngm fez nada", denunciou.

Mariana ficou com medo de sair da delegacia com medo de novas represálias do lado de fora do estádio. Ela foi embora escoltada pelos amigos: "Agora eu me pergunto, qual o meu erro? Me divertir? Rir com meus amigos? Não ser fanática por um time?", questionou.

Ela contou ter ficado decepcionada com o tratamento das forças de segurança pública e também denunciou que foi tratada com deboche.

"Eu mesmo mal tomei a iniciativa de ir na delegacia dentro do estádio, pois eu sabia que se eu saísse de lá sem ser escolta eu iram apanhar mais. Mas lá eu tive mais uma decepção. Os delegados riram de mim e me mandaram ir pra casa pq tinha coisa mais importante para fazer", disse a vítima.

Mariana disse que não vai desistir de buscar justiça. Na publicação que fez, ela disse que "mesmo com muitos falando para eu me calar e deixar para lá, eu não consegui ficar omissa com tudo isso. Eu disse que vou ter justiça e vou até o fim para achar meus agressores. O que eu tiro disso tudo é que bater em mulher em pleno 2022 nunca dá em nada!", exclamou.

Procurada, a Polícia Militar afirmou em nota que, de acordo com o Batalhão Especializado em Policiamento de Eventos (Bepe), policiais da unidade foram acionados por uma mulher que afirmou ter sofrido ofensas verbais nas arquibancadas. A versão da polícia destoa do relato de Mariana, que alega ter apontado aos agentes quem eram os agressores: "Ela não soube informar quem foram os autores. Os policiais acompanharam a vítima na saída do estádio e a orientaram a registrar queixa na delegacia", disse a PM em nota.

Já a Polícia Civil disse também por meio de nota que "está apurando a denúncia de mau atendimento feita pela torcedora e disponibiliza tanto a Ouvidoria quanto a Corregedoria para que ela a formalize. A instituição não coaduna com as atitudes relatadas e informa que realiza capacitações regulares em atendimento, além de incluir módulos especializados no assunto durante os cursos de formação de servidores e nas atualizações feitas pela Academia da Polícia Civil, na capital e no interior".

O BNews procurou o Vitoria, mas o clube alegou não ter conhecimento do caso. Nossa reportagem não conseguiu falar com a TUI.

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