Polícia

Paciente de anestesista quer processar hospital por negligência

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Advogado da paciente diz ser necessário tomar as medidas cabíveis tanto na área criminal quanto cível  |   Bnews - Divulgação Reprodução Record TV

Publicado em 15/07/2022, às 11h23   Redação



Uma das pacientes do anestesista preso por suspeita de estupro Giovanni Quintella Bezerra, quer processar o Hospital da Mulher Heloneida Studart, no município de São João Meriti, na Baixada Fluminense. Para ela, a unidade hospitalar foi negligente e deveria ter interrompido o ato.

De acordo com a Folha de São Paulo, essa mulher de 30 anos foi a primeira a ser sedada pelo médico na manhã do domingo (10). Mas, as filmagens que comprovaram a ação do anestesista só foram feitas pela equipe do hospital durante o parto da terceira paciente desse mesmo dia, após desconfiarem da atitude do médico.

"Eu entendo a negligência do hospital, porque deixaram mais duas vítimas passarem pelo mesmo abuso só por causa de uma filmagem", disse o advogado da paciente, Joabs Sobrinho, na delegacia nesta quinta (14) quando acompanhou o depoimento da vítima.

"A própria voz da vítima já é válida em casos de estupro, imagina uma equipe médica dizendo que um outro médico está abusando de uma paciente", argumenta ele, afirmando que eles tinham a responsabilidade de ter chamado seus superiores.

Ainda segundo o advogado da paciente, além do estupro por meio do sexo oral, a mesma desconfia de ter sido violentada por sexo vaginal já que tem vaga lembrança de “seu corpo movimentando”, mas estava muito sedada. Ela ressalta ainda que o médico proibiu que uma amiga dela acompanhasse o parto.

"Ele aplicou uma dosagem muito forte nela e falou: você está sentindo as suas pernas? Ela: não. Depois ficou sozinho com ela. Ela via balançar a parte de baixo, mas não sentia nada. Aí ela apagou. Quando acordou, viu ele atrás da cabeça dela. Perguntou: 'Já nasceu?' 'Já', e apagou de novo", disse o advogado que ainda completou reforçando que o nascimento do bebê foi as 09h30 e que a paciente só acordou as 12h por causa da sedação o que a impediu de amamentar o filho. Situação que se repetirá caso ela decida tomar o coquetel contra HIV, indicado em caso de violência sexual.

Em nota divulgada nesta quinta-feira (14), a Secretaria de Estado de Saúde e a direção do Hospital da Mulher disseram que tão logo tomaram conhecimento das atitudes de Giovanni, pela equipe médica e de enfermagem, procuraram a polícia. "Tanto a denúncia como as imagens que comprovam o crime foram feitas por profissionais do próprio hospital, que suspeitaram da conduta do médico [...]. Após a equipe ter verificado o conteúdo da filmagem, o anestesista não participou de nenhum outro procedimento", afirmou o texto do documento.

Para Joabs Sobrinho, é necessário tomar as medidas cabíveis tanto na área criminal quanto cível. "Tem uma reparação muito grande, ela está com a imagem dela vinculada no país todo, [...] está sofrendo demais, não conseguiu entender por que isso tá acontecendo com ela. Primeiro dia de vida do filho ela vai lembrar que foi estuprada, complicado isso", diz ele.

Os investigadores ainda aguardam os relatos formais de mais duas das seis mulheres que estão tendo seus casos apurados.

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