Salvador

Caso Atakarejo: 'Não deixaram nem a Justiça julgar meu filho', desabafa mãe de jovem morto

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De acordo com a polícia, sobrinho e tio foram espancados e entregues ao "tribunal do tráfico" por seguranças do supermercado após suposto furto de carne  |   Bnews - Divulgação Reprodução/redes

Publicado em 10/05/2021, às 15h53   Léo Sousa


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A mãe de Yan Barros da Silva, jovem assassinado ao lado do tio, Bruno Barros da Silva, após um suposto furto de carne no supermercado Atakarejo do bairro de Amaralina, em Salvador, falou sobre o caso nesta segunda-feira (10), em entrevista à Record TV Itapoan.

O crime aconteceu no último dia 26 de abril. Os corpos do tio, de 29 anos, e do sobrinho, de 19, foram encontrados no porta-malas de um carro na localidade da Polêmica, em Brotas, com marcas de espancamento e tiros. De acordo com a polícia, eles foram entregues ao "tribunal do crime" por seguranças do Atakarejo Amaralina.

"Ele agiram com as próprias mãos [...] Já estão acostumados a mandar matar quem faz furto, meu filho não é a primeira vítima. E foi um furto que não foi concluído, uma tentativa, porque eles recuperaram [a carne]. E eu recupero meu filho como?", questionou Elaine.

"Eles não deixaram nem a Justiça julgar o meu filho. Tinha esperança de ver meu filho ir pra delegacia [...] Não pude nem ouvir a última voz do meu filho. É esse meu sentimento", desabafou a mãe.

A mulher foi ouvida pela Defensoria Pública, que presta assistência. Ela conta que os agressores de Yan e Bruno ligaram para a família para cobrar 700 reais para que eles fossem liberados.

De acordo com Elaine, os familiares conseguiram juntar 550 reais às pressas, mas os suspeitos não aguardaram e entregaram o tio e o sobrinho para os traficantes. "Se [com] 550 não esperaram, acho que queriam dinheiro pelo corpo do meu filho", disse a mulher.

"Tive que reconhecer meu filho pela mão, pelo pé, porque estava irreconhecível. Tive que fazer o enterro com caixão fechado", afirmou Elaine. Ela disse ainda que o seu filho não tinha o costume de fazer furtos. "Foi a primeira vez e não deu sorte", lamentou.

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