Polícia
Publicado em 21/05/2024, às 13h52 Nilson Marinho e Sanny Santana
O aumento de homicídios em Juazeiro (BA) pode ter sido causado pela venda de armas por parte de policiais para uma facção criminosa. Em coletiva realizada na manhã desta terça-feira (21), o delegado Regional de Polícia Judiciária da Polícia Federal, Rodrigo Motta, declarou que a região registrou grande quantidade de mortes graças ao grupo criminoso, que deixou seu poder bélico ainda melhor para praticar crimes e dominar o tráfico na região.
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A quantidade cada vez maior de armas - que também eram cada vez mais poderosas - fez com que o domínio da facção fosse inevitável, já que vários rivais que ocupavam a região foram mortos. O aumento de homicídios no local, então, fez com que a polícia iniciasse uma investigação sobre o grupo criminoso, que estava cada vez mais forte na região.
"[O crime] foi identificado a partir do que era visto no dia a dia em Juazeiro, de uma organização criminosa que tinha se implantado e que estava realizando diversos homicídios contra uma facção rival. Essa facção, para dominar a região de Juazeiro, simplesmente chegou, adquiriu material bélico alto, grande, e, com esse material bélico, foi matando, cometendo diversos homicídios para dominar a região", iniciou o delegado.
Motta explicou que, com as investigações sobre a facção, foi possível prender líderes do tráfico da região. A partir disso, foi possível descobrir que as armas que a facção conseguia vinha de policiais.
"Chamou a atenção a quantidade de homicídios da região e, a partir daí, começaram a ser realizados os trabalhos, chegando justamente na identificação de líderas dessa ORCRIM [organização criminosa] que foram presos. A partir deles, foi identificado também como que eles recebiam essas munições e armas", contou.
Operação Fogo Amigo
A Polícia Federal (PF) já prendeu 19 suspeitos envolvidos com a venda de armas para facções criminosas durante a Operação Fogo Amigo, nesta terça-feira (21). Entre eles está um cabo da Polícia Militar da Bahia (PM-BA). De acordo com a PF, a ação acontece em Salvador/BA, Santo Antônio de Jesus/BA, Porto Seguro/BA, Juazeiro/BA, Petrolina/PE e Arapiraca/AL.
Os principais alvos da operação são policiais militares da Bahia e de Pernambuco que vendiam armas e munições para facções criminosas. Além deles, a operação também mira agentes de segurança pública, CACs, empresários e lojistas especializados em vender armas e munições ilegais para facções criminosas na Bahia, Pernambuco e Alagoas.
Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa, comercialização ilegal de armas e munições, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, cujas as penas somadas podem chegar a 35 anos de reclusão.
A operação foi deflagrada pela Polícia Federal, em ação integrada com o GAECO Norte do MP/BA, e com o apoio da CIPE-CAATINGA, BEPI (PM/PE); CORE-Polícia Civil da Bahia; GAECO/PE; FORCE/COGER; CORREG (Polícia Militar da Bahia e de Pernambuco); e Exército Brasileiro.
Desde as primeiras horas da manhã, cerca de 325 Policiais Federais, grupos táticos da PF/BA, PM/BA, PM/PE, PC/BA GAECO/BA, GAECO/PE e Exército, cumprem 20 mandados de prisão preventiva e 33 mandados de busca e apreensão nos Estados da Bahia, Pernambuco e Alagoas.
O nome da ação faz alusão ao fato de que os policiais integrantes da organização criminosa vendem armas e munições de forma ilegal para criminosos faccionados e que acabam sendo utilizadas contras os próprios órgãos de segurança pública.
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