Política

Homem que se diz pai de santo dá passe em Temer contra macumba

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Presidente participou na manha desta terça da convenção do PMDB   |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 19/12/2017, às 13h14   Folhapress


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O presidente Michel Temer recebeu um passe de um homem que se identificou como pai de santo no palco da convenção nacional do PMDB. O babalorixá Pai Uzêda disse que fez um trabalho para eliminar uma "macumba" que tinha o objetivo de provocar a morte de Temer.

Temer foi recebido pelo pai de santo quando subiu ao palco do evento, em Brasília, nesta terça-feira (19). Ele abriu os braços enquanto o babalorixá passava folhas de guiné em seu corpo.

"Fizeram um trabalho de vodu contra o presidente Temer. Por isso que ele teve a doença", afirmou o pai de santo após o evento. "Jogaram pesado contra o presidente. O trabalho que foi feito contra o doutor Michel foi para ele morrer."

Pai Uzêda disse ter sido contratado pelo presidente e pela primeira-dama Marcela Temer para o serviço. Consultado, o Palácio do Planalto não comentou. A direção do PMDB afirmou não ter contratado o pai de santo.

O babalorixá afirmou que esteve no gabinete presidencial e na residência de Temer, no Palácio do Jaburu, para "defumar" o ambiente -quando ervas são queimadas para modificar a energia de um local.

"Foram encontrados quatro bonecos de macumba com o retrato do Temer e da cúpula do PMDB. Muita macumba contra ele, contra Rodrigo Maia [presidente da Câmara] e contra toda a cúpula do PMDB, o assunto é sério", declarou.

Temer passou por três cirurgias nos últimos meses: uma para reduzir o tamanho da próstata, uma desobstrução da uretra e uma angioplastia em três artérias coronárias. Ele já precisou cancelar compromissos e viagens oficiais por recomendação médica.

EX-PRESIDENTES
Os ex-presidentes José Sarney (1985-1990) e Fernando Collor (1990-1992) eram adeptos de trabalhos da umbanda. Collor, segundo a ex-primeira-dama Rosane Collor, fazia rituais na Casa da Dinda. Sarney visitava e condecorou Mestre Bita do Barão de Guaré, no Maranhão.

Em março de 2015, Pai Uzêda procurou a então presidente Dilma Rousseff no Planalto para entregar uma carta em que recomendava que a petista se defendesse de políticos como Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O babalorixá não foi recebido pela presidente.

Na ocasião, ele conseguiu entrar na sede do governo com autorização de uma funcionária da Secretaria de Relações Institucionais. Ele permaneceu no quarto andar do Palácio por cerca de meia hora, até que seguranças pediram que ele deixasse o local.

Pai Uzêda já se candidatou a deputado estadual em 2014 e a vereador em 2016, no Rio, pelo PP. Perdeu as duas eleições.

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