Defensorias Públicas do Estado e da União mantêm aberto Observatório após 54 denúncias de intolerância política

Após 54 denúncias por intolerância política em apenas 16 dias, a Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE/BA) e a Defensoria Pública da União (DPU) decidiram manter ativo o Observatório criado em 15 de outubro. A informação foi passada durante coletiva à imprensa realizada nesta quinta-feira (01), na capital baiana.

Do total de demandas recebidas pelo Observatório, 55% dos casos foram em mulheres, 40% em homens e 5% de outros gêneros. A faixa etária mais atingida foram pessoas entre 18 e 59 anos. Ainda de acordo com a Defensoria, 90,7% residem em Salvador e 9,3% no interior (Canavieiras, São Sebastião do Passé, Barreiras, Vitória da Conquista e Valença).

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A somatória de negros e pardos foi de 55% dos casos e 45% brancos. Além disto, 55,6% das denúncias foram por ataques digitais (facebook, whats app, twitter, instagram), 27,8% ofensas e ameaças e 16,7% agressões físicas.

Segundo a coordenadora do Observatório, a defensora pública do Estado Mônica Aragão, foi verificado a importância da manutenção do canal, pois vários casos chegaram até a Defensoria: "Alguns simples de brigas no whatsapp, outros mais complexos de ameaças de mortes e facadas. Agora já temos um primeiro diagnóstico. É o momento de se fazer mais fortemente educação em direitos, pois as instituições e sociedade não estavam preparadas para este tipo de ódio que foi disseminado nestas eleições”.

O defensor-chefe federal da Defensoria Pública da União em Salvador, Bruno Lage, afirmou que os órgãos detectaram o nível de discussão política por todo Brasil, da intolerância dos dois polos que se confrontaram e viram a necessidade de acompanhar estes fatos, "mapear onde estão ocorrendo, quais são as principais denúncias, quem são as vítimas e a partir disto, adotar providências de encaminhamentos, sugestões de políticas públicas e educações em direitos".

O Observatório foi criado para assegurar o direito das pessoas em suas escolhas de voto, mapear a intolerância política e dar assistência e encaminhamento às pessoas que sofreram algum tipo de violação desde ameaças verbais ou digitais, ataques virtuais, danos patrimoniais, violência física e até assassinato. Novas denúncias podem ser registradas no site da Defensoria.