Política

PF prende prefeito, ex-secretário e faz buscas na Câmara de Mauá

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Prefeito é suspeito de desviar recursos e comprar apoio político de vereadores  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 13/12/2018, às 08h16   Folhapress


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A Polícia Federal prendeu, na manhã desta quinta-feira (13), o prefeito de Mauá (Grande SP), Átila Jacomussi (PSB), e o ex-secretário de governo da cidade, João Eduardo Gaspar.

Segundo a PF de São Paulo, as prisões fazem parte da operação “Trato Feito”, que foi deflagrada para investigar um esquema de desvio de recursos públicos que seria chefiado por Jacomussi e contava com a participação de ao menos nove empresas.

Além dos dois mandados de prisão já cumpridos, os 234 policiais federais estão nas ruas para apreender provas e documentos em outros 54 mandados de busca e apreensão por cidades paulistas e mais um município do Espírito Santo. Os mandados foram autorizados pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região.

De acordo com a PF, Jacomussi e Gaspar foram afastados das funções, um contrato com suspeita de fraude foi suspenso e as nove empresas suspeitas no esquema foram proibidas pela Justiça de firmar contratos de prestação de serviço com órgãos públicos.

A operação “Trato Feito” é um desdobramento de outra ação da PF, batizada de “Prato Feito”, que ocorreu em maio deste ano para apurar supostos desvios de verba federal para a compra de merenda escolar, uniformes e material escolar em cidades dos estados de São Paulo, Bahia e Paraná, além do Distrito Federal.

Naquela ocasião, Jacomussi e Gaspar foram presos em flagrante por corrupção. Na casa do prefeito, a PF apreendeu R$ 85 mil em dinheiro. Com Gaspar, foram encontrados R$ 588 mil e mais € 3 mil. Ambos foram soltos e voltaram aos cargos por meio de um habeas corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes.

Com o desenrolar das investigações que culminaram na operação “Trato Feito”, a PF diz que as nove empresas envolvidas no esquema pagavam vantagens ilícitas a agentes públicos “para a compra de apoio na Câmara Municipal, sobretudo para a obtenção de contratos superfaturados”.

Um dos apoios, por exemplo, livrou Jacomussi de dois pedidos de impeachment na Câmara Municipal por 22 votos a 1. Todos os vereadores que rejeitaram a cassação de Jacomussi também estão no alvo dos mandados de busca e apreensão que estão sendo cumpridos pela Polícia Federal.

Os suspeitos responderão pelos crimes de organização criminosa, fraude a licitações e corrupção ativa e passiva. As penas variam entre um e 12 anos de prisão.

A Folha procurou, mas não localizou as defesas de Jacomussi e Gaspar até esta publicação.

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