Política

Marta ataca Neto: "Gostaria de perguntá-lo sobre o racismo religioso aqui da festa de Iemanjá"

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Peças publicitárias da festa geram protestos da oposição  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 02/02/2019, às 15h36   Henrique Brinco e Juliana Nobre



A vereadora Marta Rodrigues (PT) criticou duramente o material gráfico impresso pela prefeitura na Festa de Iemanjá, realizada neste sábado (2). Ontem, o Ministério Público do Estado da Bahia recomentou que a gestão municpal retirasse de circulação ou, alternativamente (considerando a exiguidade do tempo e custos ao erário), complementasse as peças publicitárias impressas de divulgação da manifestação cultural e religiosa. 

O Município também foi orientado a corrigir o material publicitário digital relativo à festa incluindo o mesmo título e a realizar ampla exposição nos veículos de comunicação. Este ano, segundo argumenta o MP, a Prefeitura de Salvador omitiu o nome de Iemanjá na divulgação e alterou o nome para 'Festa 2 de Fevereiro'. A modificação, na visão da promotora de Justiça Lívia Vaz, desconsidera dispositivos legais e princípios constitucionais.

A vereadora Marta Rodrigues, que esteve na festa, atacou o prefeito ACM Neto (DEM) e afirmou que pretende questioná-lo sobre o assunto quando tiver oportunidade. "A expectativa do retorno [dos trabalhos na Câmara Municipal] é grande. O prefeito vai ler a mensagem, mas é uma pena que a gente não vai poder falar. Gostaria de perguntá-lo sobre o racismo religioso aqui da festa. Nós entramos com uma representação no MP no dia 31, que se pronunciou e encaminhou para a prefeitura para ou substituir as placas ou tirá-las. Tem um decreto de 1991 dizendo que o nome da festa é Iemanjá. Então, isso é mais um absurdo, porque é a única festa de orixás", afimou ao BNews.

"Gostaria de perguntar ao prefeito o motivo de alterar a festa e chamá-la de 2 de fevereiro? Será que todas as outras serão mudadas? Será que o Bonfim será chamada de 2ª Quinta-Feira de Janeiro? São absurdos que não dá para conviver em uma cidade negra como a nossa, onde a questão do sincretismo religioso é muito forte", completou.

Racha na oposição
Marta também comentou sobre o racha no bloco de oposição, que se dividiu em dois após cinco vereadores discordarem da liderança de Sidninho (Podemos). "A nossa é a bancada de oposição e tem o outro bloco. Vamos manter a mesma postura que tradicionalmente já vínhamos fazendo na Câmara. E não é oposição por oposição. Já votamos em projetos do governo. Se é bom para a cidade, nós votamos. Se não é, apresentamos emendas. Se a emenda não for acatada, votamos contra. Vamos continuar fazendo oposição, porque o povo de Salvador decidiu quem seria o prefeito e deu a maioria para ele. Então esse é o nosso papel".

Classificação Indicativa: Livre

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