Política

Wagner critica política externa submissa do governo brasileiro

BNews
“É uma briga de gigantes e o Brasil não pode ser funcionário dos americanos"  |   Bnews - Divulgação BNews

Publicado em 04/04/2019, às 11h28   Redação BNews



Em entrevista concedida à Rádio Senado, na manhã esta quinta-feira (4), o senador Jaques Wagner (PT-BA) afirmou que “não somos capacho dos Estados Unidos”. A declaração foi ao comentar o decreto do presidente Jair Bolsonaro que isenta turistas dos EUA, Canadá, Austrália e Japão do visto de entrada no Brasil. Wagner disse que votará pela derrubada da determinação presidencial assinada no dia 18 de março durante a viagem oficial aos Estados Unidos. “Essa decisão foi unilateral e não traz nenhuma contrapartida para os brasileiros, que ainda precisam de vistos para entrar nesses países”, afirmou.

Wagner criticou as declarações do ministro Ernesto Araújo sobre a política externa brasileira. “Ele deu um passo atrás na belíssima tradição do Itamaraty. O Barão do Rio Branco deve estar se remexendo na tumba com as impropriedades que ele vem dizendo,”, criticou. Para o senador, a entrada na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) como defende o ministro Ernesto Araújo, “é um calvário, não é apenas a promessa do presidente americano, mas tem um conjunto de exigências que levam anos para serem cumpridas.”

Wagner lembrou que, ao mesmo tempo, poderia significar uma briga com países que são aliados comerciais do Brasil. “Não vejo razão para abrir mão antecipadamente e abrir uma briga comercial com a China, Índia, África do Sul, Coreia do Sul, que são aliados nossos também, temos muito comércio com esses países”, avaliou o parlamentar. “Me perdoem a expressão, mas isso seria dar um tapa na cara dos aliados”, destacou.

“É uma briga de gigantes e o Brasil não pode ser funcionário dos americanos. As regras correspondem a uma grande guerra comercial”, disse. “Um país como o Brasil não pode abrir mão das regras atuais porque vai levar pelo menos 15 anos para se adaptar”, acrescentou. "Não podemos trocar o certo pelo duvidoso. Prefiro uma OMC na mão do que uma OCDE voando”, enfatizou Wagner.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp