Política
Publicado em 15/08/2019, às 13h21 Bruno Luiz
Liderado na Bahia pela deputada federal Lídice da Mata, o PSB corre o risco de ficar sem a presidência da Fundação Luís Eduardo Magalhães (FLEM), contrariando acordo fechado pelo partido com o governador Rui Costa para divisão de cargos da administração estadual.
Quadros do partido ouvidos pelo BNews já exibem descrédito sobre a possibilidade de a instituição passar para a batuta da sigla. A avaliação é que Rui tem demorado demais para cumprir o acordo, cuja discussão começou a ser feita no início deste ano, no bojo das negociações da montagem do primeiro escalão do segundo mandato. Na ocasião, ficou selado que o ex-secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação Rodrigo Hita assumiria a presidência da fundação. Desde então, passaram-se quase oito meses. O partido continua questionando o governador sobre a nomeação, mas as respostas dele têm sido evasivas, relatam socialistas.
A FLEM é cobiçada porque, apesar de ser uma instituição privada, sem fins lucrativos, possui contratos milionários com o governo estadual, gerindo programas como Primeiro Emprego, Vida Melhor e Bahia Produtiva.
Primeiro-secretário do diretório estadual do PSB, Hita deixou a pasta por decisão do petista, que gostaria de colocar em seu lugar um nome técnico - a ex-reitora da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesb), Adélia Pinheiro, foi a escolhida. Em troca, o partido ficou com o comando da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), mas o nome indicado foi o de João Carlos Oliveira da Silva, deixando o ex-titular da Secti sem espaço na gestão.
Segundo um nome próximo à alta cúpula da legenda e que acompanha as negociações, alguns fatores sinalizam que o PSB pode ficar sem o comando da FLEM. Um delas é que Rui estaria realizando uma espécie de faxina na instituição, assim como vem fazendo no Departamento Estadual de Trânsito (Detran). O atual presidente Francisco Américo Neves de Oliveira é um nome técnico e estaria corrigindo problemas de gestões passadas, um indicador de que ele pode ganhar sobrevida no cargo, semelhante ao ocorrido com Rodrigo Pimentel, diretor do Detran-BA, quadro da Secretaria de Administração (Saeb) convocado pelo governador para reestruturar o órgão, foco de recorrentes denúncias de corrupção.
Socialistas também falam em pressão de partidos da base, que alegam que o PSB foi contemplado o suficiente com espaços no governo. Atualmente, além da Sema, a sigla possui o comando da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), cujo diretor-presidente é Antonio Carlos Tramm, e da Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec).
Outra questão é que Hita é cotado como candidato a vereador de Salvador pelo partido nas eleições do ano que vem. Por isso, precisaria se desincompatibilizar do cargo no ano que vem para poder concorrer, como determina a legislação eleitoral. Para evitar nomear alguém que passaria menos de um ano no cargo, Rui poderia optar por manter Oliveira no posto.
Questionado sobre o assunto, Hita disse que aguarda encaminhamento do governador e que a política é espaço para conversa. A expectativa do PSB é ser contemplado com outro espaço, caso a sigla fique realmente sem a FLEM.
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