Política

Reforma começa: saída de Negromonte, desta vez, é tida como certa

Publicado em 19/01/2012, às 13h03   Caroline Gois



Na quarta-feira (18), a presidente Dilma Rousseff deu início à reforma inisterial, ao confirmar a saída do ministro Fernando Haddad (Educação), que vai disputar a prefeitura de São Paulo. Para o lugar de Haddad vai Aloizio Mercadante, que deixa o Ministério de Ciência e Tecnologia. O cientista Marco Antonio Raupp substituirá o petista. A posse e a cerimônia de transmissão de cargos dos novos ministros serão realizadas na terça-feira (24).
Segundo nota publicada no jornal Estadão, nesta quinta-feira (19), a escolha de Marco Antônio Raupp para a Ciência e Tecnologia foi bancada por Mercadante e pela presidente Dilma Rousseff. Uma ala do PT paulista lutava pelo deputado Newton Lima (PT-SP). Argumentava que ele não é só político, porque em sua vida, embora fosse filiado ao PT, sempre se dedicou à ciência. Tanto é que foi reitor da Universidade Federal de São Carlos.
Ainda segundo o Estadão, havia, em favor de Newton Carlos, a justificativa de que, se ocupasse a Ciência e Tecnologia, abriria uma vaga para o ex-deputado José Genoino na Câmara. Mas Dilma Rousseff, segundo um auxiliar, não quis o ônus de abrir uma vaga para Genoino no ano em que o Supremo Tribunal Federal (STF) deverá 
julgar o escândalo do mensalão, ocorrido em 2005. Genoino é um dos réus e poderia parecer que a presidente está tentando proteger um nome importante do PT. Prevaleceu a vontade da presidente.
Em nota distribuída pela Secretaria de Comunicação Social, a presidente Dilma "agradece o empenho e a dedicação do ministro Haddad à frente de ações que estão transformando a educação brasileira e deseja a ele sucesso em seus projetos futuros". "Da mesma forma, (a presidente) ressalta o trabalho de Mercadante e Raupp nas atuais funções, com a convicção de que terão o mesmo desempenho em suas novas missões".
Já sobre Negromonte, que está em viagem pela Espanha, o assunto 'deixar a pasta' volta a atormentar. No último dia 11, o Ministro das Cidades conversou com a equipe do Bocão News e falando sobre a crise que permeiou a pasta em 2011, foi taxativo: "Nunca fui acionado por ninguém. Nem Ministério Público, Polícia Federal ou Controladoria Geral da União (CGU). Não houve uma prova contra mim e nada que fosse consistente", afirmou o ministro.
Ainda ressaltando a crise, o Bocão News questionou Negromonte sobre a relação com o partido no planalto e com a presidente Dilma. "A presidente nunca me chamou ou falou sobre substituição. Confirmo sim que agora está tudo bem. A crise é passado. 
Houve uma ruptura no meio do ano passado, mas hoje a bancada está unida. Incluive, reconduzimos ao cargo o líder, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB)", disse. Mas, o assunto voltou e com mais força. Mal a reforma começou e hoje, na coluna Radar Online, da revista Veja, surgiu o nome de Amin paara a pasta de Cidades. Segundo a publicação, Esperidião Amin se diverte com o chutômetro que foi instalado. Alvo de piadas, de que até ele estaria cotado para o lugar de Mário Negromonte nas Cidades, Amin brinca: – Estou cotado? Então espalha isso que tô para fazer um empréstimo bancário e isso pode me ajudar. Espalha, que vou amanhã no banco. 
E com um início de ano já cheio de especulações, o Planalto promete movimentações impotantes nas pastas até a próxima semana. Enquanto Negromonte viaja e deixa a cadeira vazia, alguém ou alguns, já pensam em ocupar o lugar. "Tem gente de todo o canto (interessada na pasta). É gente do PMDB, do PT, de todos os partidos. Menos 
do Planalto. (Os ministros) me disseram que não existe nada de parte do governo contra o ministério e a minha pessoa", revelou o ministro em entrevista ao Globo, em dezembro do ano passado.

E, como foi no passado que tudo começou e estamos na política e em um novo ano, tudo pode mudar. O que ontem seria, deixa de ser. E o que normalmente se reforça, se concretiza. Com a palavra, Dilma.
*Matéria publicada em 19.01 às 10h49 

Classificação Indicativa: Livre

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