ABI repudia decisão que proíbe Globo de divulgar documentos sobre supostas "rachadinhas" de Flávio Bolsonaro

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) emitiu nota de repúdio sobre decisão judicial que proibiu a Globo de divulgar documentos da investigação sobre o esquema de "rachadinha" do antigo gabinete do atual senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) quando era deputado estadual.

Na última sexta-feira (4), a juíza Cristina Serra Feijó, da 33ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio, pedido da defesa do parlamentar. Desta forma, o emissora fica proibida de divulgar qualquer documento ou peça do processo sigiloso referente à investigação sobre o esquema na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

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"Parece estar se tornando praxe no país a censura à imprensa, tal como existia no tempo da ditadura militar e do AI-5", lamentou a ABI em nota emitida nesta sexta (4). Na avaliação da instituição, a decisão consiste em "mais um atropelo à liberdade de expressão" e classificou como urgente que o Supremo Tribunal Federal (STF) intervenha.

"A propósito, sabe-se que os recursos da chamada 'rachadinha' alimentaram vultosos depósitos na conta da primeira-dama", completa. A nota termina com um questionamento sobre o depósito de R$ 89 mil realizado por Fabrício Queiroz na conta bancária da primeira-dama  Michelle Bolsonaro. A pergunta fez o presidente da República encher a boca de um repórter de porrada.

Leia a íntegra da nota emitida pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI):

“Parece estar se tornando praxe no país a censura à imprensa, tal como existia no tempo da ditadura militar e do AI-5.

Decisão da juíza da 33ª Vara Cível do Tribunal da Justiça do Rio proibiu, nesta sexta-feira, a divulgação de qualquer documento relacionado com o esquema das “rachadinhas”, a pedido dos advogados do senador Flávio Bolsonaro.

É mais um atropelo à liberdade de expressão.

É urgente que o STF restabeleça o império de lei.
A propósito, sabe-se que os recursos da chamada “rachadinha” alimentaram vultosos depósitos na conta da primeira-dama.

Por isso, cabe mais uma vez a pergunta, ainda não respondida pelo presidente da República: ‘Afinal, por que Fabrício Queiroz depositou R$ 89 mil na conta bancária de Michele Bolsonaro?’

 Paulo Jeronimo
Presidente da ABI”