Política

"Ele não decide sozinho", garante Lídice sobre ofício enviado à CPMI das Fake News em favor da esposa de Coronel

Geraldo Magela/Câmara dos Deputados
A deputada também defendeu que, quando retornar, a comissão priorize investigações em andamento  |   Bnews - Divulgação Geraldo Magela/Câmara dos Deputados

Publicado em 23/11/2020, às 18h01   Pedro Vilas Boas


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A deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA), relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, garantiu que não há conflito de interesse em relação ao ofício (confira aqui) enviado ao grupo de trabalho pela defesa da coligação na qual a esposa do senador e presidente do colegiado, Angelo Coronel (PSD-BA), ocupava vaga de vice na eleição em Salvador.

No último dia 16 - seguinte à eleição na capital baiana, que elegeu Bruno Reis (DEM) prefeito -, a CPMI das Fake News recebeu um ofício da defesa da coligação "Vamos Cuidar de Gente", formada por Avante, PMB e PSD, denunciando uma suposta fake news que teria a intenção de prejudicar a chapa encabeçada pelo deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante) e coordenada por Coronel.

"O ofício fica lá porque a comissão tá suspensa no seu funcionamento, mas só haverá investigação caso a comissão aprove por sua maioria. Não há conflito de interesse por não ser uma decisão monocrática. [...] Mesmo sendo presidente da comissão, ele [Coronel] não decide nada sozinho", disse, em entrevista ao BNews nesta segunda-feira (23).

A CPMI é composta por 16 senadores e 16 deputado federais titulares, além do mesmo número de suplentes.

“Pesquisa fraudulenta”

A peça apresentada à CPMI trata de uma pesquisa fraudulenta atribuída à própria campanha que indicava segundo turno na capital baiana entre Bruno Reis e Major Denice Santiago (PT). 

"Tal ato não está sendo objeto de representação eleitoral, somente porque tratando-se de uma divulgação em massa via WhatsApp é impossível investigações mais profundas por essa coligação, o que impede a identificação dos responsáveis. 
Portanto, o intuito é requer a Vossas Excelências a competente investigação na medida em que, tais condutas podem configurar, em tese, crimes eleitorais e comuns", diz trecho da defesa da coligação.

"Preciso ter em mãos as provas, não basta ter requerimento do ofício. É preciso que anexe a isso a sustentação daquela denúncia que você faz. Se houver sustentação, colocaremos pra votação. Se não, infelizmente, não poderemos acolher", afirmou Lídice.

A relatora da CPMI das Fake News também defendeu que, quando a comissão retornar, sejam priorizadas as investigações que já estão em andamento. "Acho que deveríamos prosseguir o que começou e escolher um dos temas novos, se for muito grave", completou a deputada federal.

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