Política

Suplente do Major Olímpio esteve no centro de escândalo envolvendo Itaipu e políticos paraguaios

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Situação aconteceu na mesma época em que era finalizado um novo acordo entre Brasil e Paraguai sobre a usina. Empresário Alexandre Luiz deve assumir vaga deixada por senador morto em virtude da Covid-19  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 18/03/2021, às 18h13   Redação BNews


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Com o falecimento do Major Olímpio (PSL), quem deve assumir a vaga deixada pelo parlamentar no Senado é o seu suplente, o empresário Alexandre Luiz Giordano. Ele esteve no centro de um escândalo que envolveu a usina de Itaipu e políticos paraguaios.

De acordo com informações da revista Época, em reportagem publicada em agosto de 2019, em maio daquele ano, Giordano havia viajado para o Paraguai com o objetivo de participar de uma reunião na Ande, a Eletrobras paraguaia, e tratar da compra de energia excedente gerada pelo equipamento.

O advogado José “Joselo” Rodríguez, que se apresentava como assessor jurídico do vice-presidente do Paraguai, Hugo Velázquez, disse em entrevista à imprensa do país vizinho que Giordano se apresentou nessa conversa como “senador”. 

O encontro ocorreu na mesma época em que era finalizado um novo acordo entre Brasil e Paraguai sobre Itaipu. Na época, Giordano negou ter se valido de conexões políticas para facilitar os negócios no Paraguai. 

“É do mesmo jeito que vou na padaria aqui do bairro e as pessoas falam: ‘Olha o senador’”, argumentou. O suplente viajou para o Paraguai a convite de Adriano Tadeu Deguirmendjian Rosa, um dos donos da Léros, empresa comercializadora de energia instalada no bairro de Vila Olímpia, em São Paulo. 

Também de acordo com a reportagem, em mensagens trocadas com o então presidente da Ande, Pedro Ferreira, - e divulgadas pela imprensa paraguaia -, José Rodríguez afirmou que a Léros representava a “família presidencial” e o “governo brasileiro”. 

Giordano seria, nas palavras do advogado que se apresentava como assessor do vice-presidente paraguaio, um “representante da família do alto governo do Brasil”. 

À revista, Giordano também afirmou na época que, por orientação de seu advogado, desistiu da compra de energia da Ande por causa do alto valor das garantias que precisariam ser apresentadas. Giordano disse que seu interesse no negócio seria para atuar em sociedade com a Léros.

Descrito pela publicação com o um "self made man", Giordano entrou na política em 2018, ao aceitar o convite de Olimpio, seu antigo amigo da Zona Norte de São Paulo, ser o primeiro suplente da chapa ao Senado pelo PSL - na época partido do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido).

Major Olímpio teve morte cerebral declarada nesta quinta-feira (18), em virtude de complicações da Covid-19. A informação foi compartilhada por meio das redes sociais do parlamentar.

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