Política

CGU diz que Bolsonaro trabalhou “fora do local costumeiro” para justificar R$ 2,3 mi gastos em recesso de final de ano

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O ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU), Wagner Rosário prestou esclarecimentos sobre a viagem à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Facebook

Publicado em 20/04/2021, às 13h50   Redação BNews


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O ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU), Wagner Rosário, afirmou nesta terça- feira (20) que os dias que o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) esteve nas regiões litorâneas de São Paulo e Santa Catarina, entre 18 de dezembro de 2020 e 5 de janeiro de 2021, não foram férias. 

Rosário argumenta que o período, que custou R$ 2,3 milhões aos cofres públicos, configurou um momento no qual Bolsonaro trabalhou “fora do local costumeiro”, uma vez que não passou o comando do país ao vice-presidente Hamilton Mourão. De acordo com informações do jornal O Globo, o ministro prestou esclarecimentos sobre a viagem à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.

"O presidente da República despachou diariamente com todos seus ministros e assessores, também só nesse período, assinou um decreto, sete medidas provisórias e sancionou seis projetos de lei. Então, só por aí a gente entende que o presidente da República não estava de férias, ele estava a trabalho no local fora do local costumeiro, onde ele realiza as suas atividade", defendeu. 

Na ocasião, o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP)  questionou a justificativa do trabalho, e Rosário respondeu que quem não estivesse satisfeito com a explicação poderia tentar aprovar uma lei no Congresso “proibindo” o presidente de sair do Palácio do Planalto. Ele explicou que no cartão corporativo 70% dos gastos foram com hospedagem, pois com a pandemia, os seguranças ficaram em quartos separados - o que teria dobrado o gastos.

Estes cartões são usados para despesas, prestação de serviços e abastecimento de veículos oficiais, por exemplo. Há sigilo sobre despesas consideradas de segurança nacional. "Por que tem que dormir no quarto separado se eles estão sem a máscara no dia a dia de convívio?", questionou o deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade).

Durante o período no qual as despesas questionadas ocorreram, no primeiro dia do ano, Bolsonaro passeou  de lancha pela Praia Grande, em São Paulo, e nadou até os banhistas, o que gerou aglomeração no local. 

"Quero deixar claro que não acompanho a segurança do presidente, não sei se eles usam máscara, ou não usam máscara", respondeu Rosário, acrescentando que se o governo não tivesse tomado medida preventiva também estaria sendo questionado.

Já quanto ao uso da aeronave para descolamento na viagem, que teve uma despesa  de cerca de R$ 1,2 milhão, segundo a CGU o recurso seria gasto mesmo com o avião parado. "São gastos que seriam realizados com ou sem a viagem se nós olharmos praticamente a aeronave presidencial ela tem que decolar dia sim, dia não, pra fins de manutenção", concluiu.

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