Moraes libera envio do celular de Salles aos EUA para desbloqueio

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizou o envio do aparelho celular entregue à Polícia Federal pelo ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles para os Estados Unidos. De acordo com informações obtidas pela TV Globo, a decisão do ministro foi tomada na semana passada e o objetivo é que o aparelho passe por uma perícia para que seja desbloqueado os investigadores consigam ter acesso aos dados.

Salles deixou o cargo nesta quarta-feira (23), pressionado por duas investigações que envolvem a sua suposta participação em esquema de madeira ilegal na Amazônia.

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No mês de maio, Moraes autorizou a PF a fazer busca e apreensão contra Salles na operação Akuanduba, por suspeita de facilitação à exportação ilegal de madeira do Brasil para Estados Unidos e Europa. Na época, a PF disse que os policiais pediram o celular, e o ministro disse que não estava com o aparelho. Salles levou 19 dias para entregar o telefone às autoridades e, quando entregou, não repassou a senha de liberação do acesso.

Os advogados do ex-ministro disseram em documento enviado ao STF que demoraram tanto para entregar o aparelho para a Polícia Federal porque isso não teria sido requisitado no dia da operação Akuanduba.

De acordo com o G1, se os peritos encontrarem sinais de que alguma informação foi apagada do celular, Salles também pode ser investigado por suspeita de destruição de provas.

Ainda de acordo com a reportagem, a PF quer o auxílio da US Fish and Wildlife Service para desbloquear o aparelho, uma vez que a agência dispõe dos meios necessários para a ação. A extração e análise dos dados serão feitas diretamente pelas autoridade brasileiras, após o desbloqueio.

Dados bancários

Salles também tem preocupação com relação as movimentações financeiras, já que após as quebras de sigilos, as instituições financeiras começaram a repassar detalhes das operações realizadas pelo escritório de advocacia do ministro.

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou que o escritório realizou uma operação financeira suspeita de R$ 1,799 milhão após o ministro assumir a pasta do Meio Ambiente.

Essa transação financeira, de acordo com o órgão de combate à lavagem de dinheiro, teria ocorrido entre outubro de 2019 e abril de 2020.