Política

Omar Aziz confirma que ouviu aliado de Bolsonaro dizer a senador que iria "derrubar a República"

Jefferson Rudy/Agência Brasil
Luís Miranda é irmão do servidor do Ministério da Saúde, Luís Ricardo Miranda, que disse em depoimento ao MP que foi pressionado dentro da pasta para que agilizasse negociação da Covaxin  |   Bnews - Divulgação Jefferson Rudy/Agência Brasil

Publicado em 24/06/2021, às 11h16   Luiz Felipe Fernandez


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O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Omar Aziz (PSD-AM) confirmou durante a sessão desta quinta-feira (24) que ouviu do próprio deputado federal Luís Miranda (DEM), aliado de Bolsonaro, que ele iria "derrubar a República". Segundo Aziz, a frase foi dita ao senador governista Marcos Rogério (DEM-RO).

Aziz diz que até este momento, não conhecia o deputado, que foi apresentado pelo próprio Marcos Rogério. Ele estava na antesala do gabinete quando Omar Aziz chegou junto com Marcos Rogério.

O senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS) chegou a sugerir uma aproximação de Aziz com Luís Miranda, que segundo ele seria conhecido no meio político por ser "lobbista", mas o presidente da CPI rebateu. 

"Ele anda na casa do Bolsonaro [...] Não é comigo que ele anda de moto", provocou Omar Aziz, em referência às "motociatas" protagonizadas por Bolsonaro.

O deputado Luís Miranda é irmão do servidor do Ministério da Saúde, Luís Ricardo Miranda, que disse em depoimento ao Ministério Público que foi pressionado dentro da pasta para que agilizasse a negociação da Covaxin, vacina indiana contra a Covid-19, adquirida pelo governo brasileiro a um sobrepreço de 1000%.

Miranda diz ter conversado pessoalmente com o presidente Jair Bolsonaro e o alertou para o risco e inconsistências do contrato com a fabricante Bharat Biotech. A negociação contou ainda com o intermédio da empresa de importação Precisa Medicamentos, que teria lucrado R$ 500 milhões com o serviço.

Segundo o deputado, na ocasião Bolsonaro teria prometido a ele que pediria à Polícia Federal para investigar o caso, mas não há nenhum registro no órgão sobre o assunto.

No Twitter, Luís Miranda questionou o presidente da República e lembrou o seu apoio ao governo e reiterou que o comunicou da suspeita sobre o contrato. "Você fala tanto em Deus e permite que eu e meu irmão, sejamos atacados por tentarmos ajudar o seu governo", escreveu o parlamentar.

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