Michel Temer afirma que ligação após manifestações de 7 de setembro partiu de Bolsonaro

O ex-presidente do Brasil, Michel Temer (MDB), afirmou na última segunda-feira (27) que o contato com Jair Bolsonaro (sem partido) após os atos do Dia da Independência foi iniciativa do próprio presidente da república.

A declaração foi dada em entrevista ao programa Roda Viva. Temer afirmou que Bolsonaro pediu uma opinião a respeito dos discursos realizados durante as manifestações de 7 de setembro. No dia, o presidente fez críticas antidemocráticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e atacou o ministro Alexandre de Moraes.

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“Quando foi na sexta-feira que antecedeu o 7 de setembro, muitas pessoas me ligaram, alguns graduados até, me dizendo: você é ex-presidente da República, você sempre tem uma palavra certa à moderação. Alguns disseram: talvez o presidente Bolsonaro pode ouvi-lo, você deveria fazer alguma coisa. Mas eu confesso: o que é que eu poderia fazer a partir daquela sexta-feira? Absolutamente nada. Veja como roda o universo. Quando chega no dia 8, às 20h, eu fixei esse horário, o presidente me ligou”, disse Temer.

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De acordo com o ex-presidente, ele não falava com Bolsonaro há nove meses. Na ligação, o mandatário teria dito que exagerou nos discursos e pediu a opinião de Temer. 

“Ele me disse: 'presidente, o que achou do movimento de ontem?' Até tomei a liberdade de dizer: 'é para falar com cerimônia ou sem cerimônia?' Ele disse: 'sem cerimônia'. Eu disse: acho que o senhor levou muita gente para as ruas, agora, o seu discurso, presidente, não combinou com aquele momento'”, contou o ex-presidente ao Roda Viva. 

Ainda segundo Temer, Bolsonaro teria afirmado que o depoimento contra o STF e o ministro Alexandre de Moraes aconteceu em um momento caloroso, ocasionado pela multidão na rua. 

Após reunião com Temer, Bolsonaro publicou uma carta afirmando que não teve intenção de agredir "quaisquer poderes" e que as palavras contundentes "decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visam o bem comum".

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