Política
Publicado em 03/10/2021, às 15h56 Redação BNews
Congressistas de oposição ao governo Bolsonaro querem convocar o ministro da Economia, Paulo Guedes, para explicar se o economista fez investimentos na offshore que mantém em um paraíso fiscal, enquanto esteve à frente da pasta. As informações são do site Poder360, que revelou o caso em parceria com o ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, na sigla em inglês).
De acordo com a investigação, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, também manteve offshores mesmo após assumir o cargo em 2019. Ambos afirmam terem declarado à Receita Federal, porém, há sinais concretos de que o banqueiro respeitos as normas vigentes, enquanto Guedes não quis declarar a respeito.
Alessandro Molon (PSB-RJ), líder da oposição na Câmara dos Deputados, avaliou o caso como um escândalo e disse que deveria levar à queda de Guedes. O parlamentar movimentará a Casa para que ambos sejam convocados para dar mais explicações e entrará com representação no Ministério Público.
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“É um escândalo, é gravíssimo. Viola frontalmente o artigo 5º do Código de Conduta da Alta Administração Federal e, portanto, deveria levar à demissão do Ministro. Nós, da Oposição, vamos propor a convocação do Ministro e do presidente do Banco Central para prestar esclarecimentos à Câmara dos Deputados e entrar com representação no Ministério Público Federal (1a instância) por improbidade administrativa contra ambos".
O deputado federal José Guimarães (PT-CE), que ocupa o cargo de vice-líder da Minoria na Câmara, também demonstrou preocupação com a manutenção da empresa, enquanto Guedes atuava como ministro. "O Ministro da Economia precisa urgentemente comprovar que não fez investimentos no exterior por meio de sua offshore. A Lei de Conflito de Interesses veda esse tipo de comportamento. Se o ministro fez investimentos internacionais por meio de sua empresa enquanto já estava no cargo, cometeu um crime. Isso é gravíssimo”.
O senador baiano Otto Alencar (PSD), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), foi mais cauteloso. "Já que existe uma dúvida a respeito do comportamento dele do cumprimento ou não da norma, a 1ª coisa que ele teria que fazer é se manifestar. No lugar dele eu faria isso hoje mesmo, daria uma nota pública apresentando as minhas razões de acordo com a lei, mas se ele silenciar e não explicar fica meio suspeito”.
Entenda
O ministro da Economia, Paulo Guedes, mantém uma empresa em paraíso fiscal mesmo após integrar o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), no início de 2019.
De acordo com a investigação, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, também manteve offshores mesmo após assumir o cargo em 2019. Ambos afirmam terem declarado à Receita Federal, porém, há sinais concretos de que o banqueiro respeitos as normas vigentes, enquanto Guedes não quis declarar a respeito.
O ministro da Economia mantém sua empresa aberta, mas não respondeu ao Poder360 de maneira direta se fez alguma movimentação, e, se fez, qual foi a natureza dessas operações. Já Campos Neto fechou uma de suas companhias 15 meses depois de ter assumido o comando do BC. O banqueiro afirma não ter feito também nenhuma remessa de recursos nem investimentos com os recursos lá depositados.
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