Política
Publicado em 21/11/2021, às 08h40 Redação BNews
Nos últimos anos, ela se tornou o rosto mais conhecido e midiático do ativismo de direita no Brasil ao liderar o “Acampamento dos 300”, instalado em maio de 2020, em Brasília. Porém, com a derrocada, que a levou à prisão, a militante virou a chave e diz não mais reconhecer o presidente Jair Bolsonaro.
Agora ex-bolsonarista, Sara Winter abriu o jogo, revelou nomes e estratégias do bolsonarismo para ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), parlamentares contrários ao governo e as estratégias para fortalecer as ações em apoio ao presidente. Em entrevista à revista Istoé afirma que “o acampamento foi um surto da Sara e do Osvaldo Eustáquio que se transformou numa histeria coletiva”.
Segundo ela, os parlamentares Daniel Silveira (PTB-RJ), Carla Zambelli (PSL-SP), Sargento Fahur (PSL-PR) e Bia Kicis (PSL-DF) foram muito presentes na organização, além do ministro-chefe do Gabinete de Segurança, general Augusto Heleno. Entre as funções, Sara conta que cabia à Zambelli, que participava com maior frequência das reuniões, passar as informações sobre a repercussão do acampamento, e que foi responsável por orientar a tornar Rodrigo Maia um alvo.
Já a deputada Bia Kicis tinha o papel de ajudar na organização. “Ela ensinou a gente como chamar atenção da imprensa”, afirma Sara. A estrutura ficou a cargo de Bia: “Ela cedeu o assessor Evandro Araújo e colocou um advogado de seu gabinete para acompanhar reuniões com a Secretaria de Segurança do Distrito Federal”. Isso garantiu que a iniciativa continuasse por quase um mês.
A ativista ainda revela que o ministro general Heleno foi quem pediu para direcionar todos os esforços contra o STF. No entanto, foi combinado que o presidente não podia ser o “protagonista para não sofrer represálias”. Mas, segundo ela, era o próprio Bolsonaro que dizia quem o blogueiro Oswaldo Eustáquio devia investigar e subir o tom.
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Apesar das revelações, Sara mantém o cuidado ao falar da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, com quem tinha relação pessoal, encerrada por orientação do governo. “A Damares já sabia que eu ia ser presa e o governo orientou a não falar mais comigo”. Elas não se falam desde 27 de maio de 2020.
Além disso, ela evita falar sobre possível envolvimento do presidente e seus filhos com milícias, ela explica que, se há alguma coisa para ser descoberta, o fio da meada está na Assembleia do Rio de Janeiro: “Esse tipo de assunto nunca chega a militantes como eu”.
Decepcionada com o presidente, Sara demonstra arrependimento pelo apoio. “Não tem mais como defender Bolsonaro. Mas se ele pedir para os bolsonaristas comerem merda, as pessoas vão comer”. E aponta os filhos do presidente Carlos e Eduardo como os cães de guarda do capitão. “Quem tem destaque na direita, eles cooptam ou destroem”, diz.
O saldo da agresssividade militante atualmente é uma dívida de “mais de R$ 3 milhões”, por conta dos processos, além de ter sido presa. "Nunca passou pela minha cabeça que eu ia parar num presídio”. Hoje Sara afirma viver com medo e planeja ir com o filho morar no México em breve. "Tenho medo da esquerda, medo de um fanático e medo do governo. Em janeiro eu anunciei que eu ia contar tudo que eu sabia sobre o bolsonarismo. O Planalto surtou e fez uma reunião ministerial. A Damares foi chamada. Eu não sabia o que eles tinham tanto medo do que eu possa tornar público”.
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