Política

Caminhada da violência contra a mulher é interceptada pela polícia

Publicado em 29/11/2012, às 19h00   Redação Bocão News



Entre 25 de Novembro e 10 de dezembro, os movimentos de mulheres e feministas  de vários países, organizam os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher.


Em Salvador, na tarde desta quinta-feira (29), o ato foi marcado com uma caminhada da Praça da Piedade ao Pelourinho. As militantes foram lideradas pelas deputadas Luiza Maia (PT), e Alice Portugal (PCdoB), a vice-prefeita eleita Celia Sacramento (PV), e as vereadoras Olivia Santana (PCdoB), Marta Rodrigues (PT), e Fabíola Mansur (PSB), mesmo com a intervenção da polícia. 

O ato público foi interceptado pelos militares, que impediu o seguimento do veículo onde conduzia os equipamentos de som, utilizado para o discurso sobre o movimento, 
no perímetro do Centro Histórico. “Tivemos que seguir o percurso a pé e sem apoio sonoro, o que prejudicou o movimento, mas não impediu de que ele fosse concretizado”, disse a comerciante Cristina. Como quem tem fé vai a pé, a caminhada deu continuidade.

De acordo com a vereadora eleita pelo PSB, Fabíola Mansur, o encontro e persistência das mulheres serviram para fortalecer o movimento. “Esta é uma luta em defesa de direitos. E infelizmente, a principal problemática em nossa cidade é a viabilização da segurança para a mulher e coibir a impunidade. Mas, para resolver estes e outros problemas, temos entraves como o orçamento da Superintendia de Política das Mulheres que tem um valor muito baixo e não permite viabilizar demandas necessárias para o desenvolvimento do trabalho em prol de ações como proteção, saúde e crescimento profissional”, disse Mansur para a reportagem do Bocão News.

Durante a caminhada desenvolvida pela Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres (SPM), foram destacados diversos episódios de violência sexista ocorridos na Bahia, inclusive com depoimentos de familiares das vítimas. A intenção foi unir entre sociedade civil e poder público, na tentativa de solucionar os casos e combater a sensação de impunidade. A titular da SPM, Lúcia Barbosa, participou da caminhada ao lado da presidente da Comissão de Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa, deputada Luiza Maia, outras autoridades e movimentos como Marcha das Vadias, União Brasileira de Mulheres (UBM), estudantes e sindicatos.


Origem da Campanha
Em 1991, 23 mulheres de diferentes países, reunidas pelo Centro de Liderança Global de Mulheres(Center for Women’s Global Leadership - CWGL), lançaram a Campanha  dos 16 dias de ativismo com o objetivo de promover o debate e denunciar as várias formas de violência contra as mulheres no mundo. As participantes escolheram um período de significativas datas históricas, marcos de luta das mulheres, iniciando a abertura da Campanha no dia 25 de novembro - declarado pelo I Encontro Feminista da América Latina e Caribe (em 1981) como o dia Internacional de Não Violência Contra as Mulheres - e finalizando no dia 10 de dezembro - dia Internacional dos Direitos Humanos. Desse modo a campanha vincula a denúncia e a luta pela não violência contra as mulheres à defesa dos direitos humanos.

Fotos: 
Fotos: Klediir Costa/SPM

Classificação Indicativa: Livre

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